ATA DA NONAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 09-11-2006.

 


Aos nove dias do mês de novembro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Carlos Todeschini, Cassiá Carpes, Claudio Sebenelo, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone e Valdir Caetano. À MESA foram encaminhados: pela Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Pedido de Informação n° 248/06 (Processo n° 5278/06); pelo Vereador Alceu Brasinha, o Pedido de Providência n° 1926/06 (Processo n° 5282/06); pelo Vereador Ibsen Pinheiro, o Substitutivo n° 01 a Projeto de Lei do Legislativo n° 201/06 (Processo n° 4653/06); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 1927, 1928 e 1928/06 (Processos nos 5285, 5286 e 5288/06, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10932684, 10957650, 10960627, 10965293 e 10966754/06, do Fundo Nacional da Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram de ser votadas as Atas da Septuagésima Oitava, Septuagésima Nona, Octogésima e Octogésima Primeira Sessões Ordinárias. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Todeschini registrou a inauguração da Passagem de Nível Celso Furtado, na Avenida Teresópolis, examinando os atrasos nessa obra. Também, protestou contra o repasse, à Universidade Federal de Santa Maria, de recursos destinados ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens e, finalizando, defendeu a instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito nesta Casa para investigar possíveis irregularidades na licitação para o recolhimento de lixo na Cidade. O Vereador Cassiá Carpes, explicando que o déficit herdado da administração anterior pela Prefeitura teria causado os problemas relacionados à conclusão da III Perimetral, afirmou que o Executivo Municipal está realizando os pagamentos atrasados e questionou detalhes referentes à segurança e à circulação de pedestres em partes dessa obra. Também, discutiu a importância da escolha adequada do secretariado em qualquer esfera de governo. Na ocasião, o Vereador Professor Garcia manifestou-se em resposta ao pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini, esclarecendo o repasse de recursos destinados ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens. Ainda, foram apregoados os Memorandos nos 224 e 225/06, firmados pelo Vereador Dr. Goulart, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas deste Legislativo, respectivamente, do Vereador Adeli Sell, na solenidade de lançamento do Relatório Social do Grupo Hospitalar Conceição, hoje, a partir das quatorze horas, a ser realizada no auditório do Hospital Cristo Redentor; e do Vereador Carlos Comassetto, na homenagem ao ex-Vereador Marcos Klassmann, hoje, a partir das quatorze horas, a ser realizada na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Hajime Kimura, Cônsul-Geral do Japão em Porto Alegre, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Luiz Braz, que saudou o visitante, destacando a importância dos imigrantes japoneses para o desenvolvimento econômico, cultural e social do Estado do Rio Grande do Sul e elogiando o Consulado pelas obras de cunho social que desenvolve no Estado. Também, mencionou a homenagem prestada pela Feira do Livro de Porto Alegre ao Japão, pelo cinqüentenário da imigração japonesa no Rio Grande do Sul, sugerindo a realização de uma Sessão Solene, no próximo ano, para comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Hajime Kimura, que destacou a importância do registro hoje efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre, relativamente ao transcurso do cinqüentenário da imigração japonesa no Rio Grande do Sul. Às quatorze horas e cinqüenta e nove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e dois minutos, constatada a existência de quórum. Na oportunidade, por solicitação do Vereador Ervino Besson, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma aos estudantes Danilo Júnior, Marcos William Amorim, Robson Oliveira Santos, Amanda Rodrigues da Silva, Karine Rodrigues da Silva e Liziane Chaves dos Santos, falecidos ontem em Santa Catarina. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maria Celeste agradeceu as manifestações de solidariedade proferidas durante seu afastamento para tratar de problemas de saúde. Também, replicou afirmações do Vereador Cassiá Carpes a respeito de questões relativas à Secretaria Municipal de Obras e Viação e criticou a condenação do Jornalista Emir Sader, anunciando a tramitação de uma Moção de Apoio a ele e classificando essa decisão como improcedente. A Vereadora Margarete Moraes questionou o parecer da Comissão de Constituição e Justiça a respeito do Projeto de Lei do Legislativo n° 106/06, de sua autoria, referente ao programa Trova no Lotação. Neste sentido, alegou que a Procuradoria da Casa não viu óbice à tramitação dessa iniciativa, comparando essa situação com o parecer emitido em relação ao Projeto de Lei do Legislativo n° 124/05, acerca do Estatuto da Juventude, que, segundo Sua Excelência, recebeu tratamento desigual, ainda que os aspectos analisados tenham sido os mesmos. O Vereador Claudio Sebenelo reportou-se ao pronunciamento de hoje da Vereadora Maria Celeste, em Comunicações, acerca da construção da III Perimetral de Porto Alegre. Ainda, declarou-se contrário à condenação judicial sofrida pelo Jornalista Emir Sader, em processo de injúria movido pelo Senador Jorge Bornhausen, lembrando que o Senhor Raul Pont, quando à frente do Governo Municipal, solicitou a demissão de jornalistas gaúchos por publicarem críticas à sua gestão. O Vereador Mário Fraga elogiou o Prefeito José Fogaça, pela inauguração, ontem, da Passagem de Nível Celso Furtado, que integra o conglomerado da III Perimetral, e pela retomada do Programa Integrado Socioambiental, destacando a importância desses empreendimentos para a melhoria do tráfego e qualificação dos serviços de saneamento básico na Cidade. Finalizando, convidou a todos para a vigésima sétima edição da Festa do Ridículo, a ocorrer neste sábado no Bairro Belém Novo. O Vereador Ervino Besson citou eventos programados para este final de semana em Porto Alegre, como a Festa do Ridículo, no Bairro Belém Novo, e a abertura da 22ª Festa do Pêssego e 15ª Festa Estadual do Pêssego, no Bairro Vila Nova. Além disso, avaliando conflitos verificados no Morro do Osso, envolvendo índios caingangues, frisou a necessidade de diálogo e bom-senso para que sejam respeitadas as reivindicações da comunidade indígena, mas garantida a preservação ambiental daquela área. A Vereadora Manuela d'Ávila aludiu ao resultado das eleições legislativas ocorridas nos Estados Unidos da América no dia sete de novembro do corrente, que garantiram a maioria ao Partido Democrata na Câmara dos Deputados. Sobre o assunto, afirmou que a derrota do Presidente George Walter Bush deve-se, principalmente, à política externa seguida por esse político, marcada, segundo Sua Excelência, por pressão econômica e conflitos bélicos, em especial junto aos países árabes. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 217 e 214/06, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Márcio Bins Ely; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 014/06, discutido pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib e pela Vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei do Legislativo nº 086/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib e pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Lei do Executivo nº 048/06, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Resolução nº 014/05, discutido pela Vereadora Margarete Moraes; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 009/06, discutido pelos Vereadores Margarete Moraes, Márcio Bins Ely e Maria Celeste, o Projeto de Lei do Legislativo nº 215/06. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Márcio Bins Ely abordou a Lei Municipal nº 9.911/06, originária de proposta de sua autoria, que institui o Estatuto da Juventude em Porto Alegre. Também, apoiou o pronunciamento de hoje da Vereadora Manuela d'Ávila, em Comunicações, de crítica à gestão do Presidente norte-americano George Walter Bush, e classificou como positivo o desempenho do PDT no pleito realizado no Brasil no mês de outubro do corrente. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Guilherme Magrinelli Gonçalves, campeão brasileiro de esqueite profissional. Na oportunidade, em face de manifestação formulada pelo Vereador Carlos Comassetto, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca de solicitação efetuada por esse Vereador no ano de dois mil e cinco, para que fosse incluído na agenda das Sessões Ordinárias o valor dos recursos para a área da saúde repassados pelo Governo Estadual ao Município. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion elogiou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela assinatura do Decreto Federal nº 5.940/06, sobre coleta seletiva de lixo, e o relatório do Fundo Monetário Internacional, que comprova o aumento da renda da população pobre brasileira. Ainda, salientou que o Ministério das Cidades já disponibilizou aos Municípios o Termo de Adesão ao Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social e informou que no dia doze deste mês, o Deputado Federal Aldo Rebelo assumirá a Presidência da República. Em prosseguimento, o Vereador Adeli Sell procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de cópia do Relatório Social do Grupo Hospitalar Conceição. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Aldacir Oliboni registrou o transcurso, nesta semana, do aniversário de fundação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Da mesma forma, comentou matéria publicada hoje no jornal Diário Gaúcho, intitulada “Mutirão tira de uma fila e coloca em outra fila”, acerca de problemas enfrentados por usuários do sistema público de saúde, enfatizando ser direito da população o acesso a um atendimento médico de boa qualidade. O Vereador João Antonio Dib elogiou o trabalho desenvolvido pelo Senhor Pedro Gus, Secretário Municipal de Saúde, destacando a realização, pelo atual Governo Municipal, de cirurgias e consultas médicas que estavam atrasadas. Nesse contexto, sustentou que os serviços públicos de saúde em Porto Alegre ainda precisam melhorar e ressaltou que, na opinião de Sua Excelência, o Senhor Pedro Gus tem as qualificações necessárias para conduzir essa pasta. O Vereador Claudio Sebenelo descartou críticas formuladas pelo Vereador Aldacir Oliboni à saúde pública de Porto Alegre, mostrando-se contrário à forma como essa área foi gerenciada durante o período em que o Partido dos Trabalhadores esteve na Prefeitura Municipal. Ainda, mencionou o Requerimento nº 194/03, de sua autoria, de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar irregularidades nos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde no Município de Porto Alegre. O Vereador Haroldo de Souza analisou proposições que constam de deliberação do Colégio de Líderes para serem apreciadas na Ordem do Dia desta Sessão, asseverando que, na sua opinião, a votação dessas matérias deveria ser priorizada por este Legislativo. Além disso, reprovou a discussão, pelos Senhores Vereadores, de temas alheios aos problemas de Porto Alegre e repudiou a postura do Governo Federal em relação à nacionalização, pela Bolívia, das reservas de gás natural daquele país. A seguir, o Vereador Carlos Todeschini manifestou-se, informando terem sido esclarecidas suas dúvidas acerca dos repasses, pela Secretaria Municipal da Fazenda, de recursos destinados ao pagamento de professores do Programa Nacional de Inclusão de Jovens. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia referiu-se ao andamento das obras de drenagem da Rua da Gávea, no Bairro Ipanema, salientando os benefícios que esse empreendimento trará para os moradores da região, na prevenção de alagamentos. Também, registrou a conclusão da construção da III Perimetral, parabenizando o Vereador Cassiá Carpes pelo trabalho desenvolvido durante o período em que esteve à frente da Secretaria Municipal de Obras e Viação. O Vereador José Ismael Heinen teceu comentários em relação às deficiências dos serviços públicos de saúde em Porto Alegre, argumentando que problemas nessa área ocorrem em todo o Brasil e são decorrentes, principalmente, da falta de recursos financeiros. Ainda, refutou a postura do Governo Federal em relação a aposentados e pensionistas e defendeu a diminuição da burocracia, como uma forma de possibilitar o crescimento da iniciativa privada no País. A Vereadora Maristela Maffei respondeu ao Vereador José Ismael Heinen que o PFL integrou o Governo Federal por diversas oportunidades sem resolver os problemas do País. Ainda, comemorou a derrota do Partido Republicano nas eleições realizadas nos Estados Unidos da América e comentou o lucro obtido pela Companhia Vale do Rio Doce. Finalizando, formulou críticas aos serviços públicos de saúde disponibilizados à população porto-alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães abordou a hipótese de o Senhor Jorge Gerdau Johannpeter ocupar um Ministério no Governo Federal, considerando-o qualificado para esse cargo. Também, discorreu acerca das condições do atendimento público de saúde em Porto Alegre, sublinhando que questões estruturais antigas impedem melhorias nessa área e enaltecendo o trabalho desenvolvido pelo Senhor Pedro Gus na Secretaria Municipal de Saúde. Após, em face de Questões de Ordem e manifestações formuladas pelos Vereadores Nereu D'Avila e Mario Fraga, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do quórum necessário para ingresso na Ordem do Dia. Às dezessete horas e vinte minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz, Haroldo de Souza, Mario Fraga e Ibsen Pinheiro, os dois últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelo Vereador Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Nós, daqui a alguns instantes, teremos o comparecimento do Cônsul do Japão, que vai visitar a nossa Casa. O Japão é o país homenageado na Feira do Livro, que vai se encerrar no próximo dia 12, neste domingo.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Minha saudação, Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e público que nos assiste pelo Canal 16, quero trazer aqui em Grande Expediente alguns assuntos, começando pelo fato de ontem ter sido inaugurado o viaduto em Teresópolis, componente importante da 3ª Perimetral. Diga-se de passagem, uma obra que foi viabilizada graças à boa execução, o que gerou uma economia capaz de produzir a inclusão desse e de mais um outro viaduto no complexo da 3ª Perimetral.

Nós queremos fazer aqui um outro registro, para que não passe em “brancas nuvens”, porque isso é um dever com a Cidade, com a cidadania de Porto Alegre. Ontem, minutos antes da inauguração, Verª Margarete, o atual Secretário da SMOV fez uma declaração que não é verídica e nem tem fundamento. O Secretário da SMOV alegou que o atraso da obra se deu em função de erros do projeto e em função do volume de chuvas no período. Queremos contestar, porque isso não é verdadeiro, não tem fundamento, é uma informação absolutamente equivocada!

Primeiro, nós enfrentamos aqui no Rio Grande do Sul um período largo de estiagem, Ver. Cassiá, nós nunca tivemos tanta estiagem como nos últimos três anos; portanto, esse argumento cai por terra, não é verdadeiro, é uma falsa alegação. Segundo, foi dito que havia erros no projeto, o que também não é verdadeiro, tanto é que o viaduto foi executado com o projeto geométrico original, quer dizer, os desenhos, as curvas, os contornos, os traçados são absolutamente os mesmos desde o início. O que foi alterado o foi a pedido da empresa construtora, empresa Contesa, que alterou a concepção dos muros. Ali, como se trata de uma passagem de nível - talvez haja um nome mais específico; uma trincheira, mais especificamente -, houve necessidade de se realizar cortes e contenções. Então foram alteradas, a pedido da empresa, a estrutura e a concepção dos muros, o que levou um tempo - e o atraso se deu em função disso - considerável para que a Prefeitura aprovasse a alteração da concepção dos muros.

Não sei, aí fica uma dúvida, se essa alteração, pedida pela empresa, foi uma simples alteração ou se ela gerou benefícios ou redução de custos também para os cofres públicos, o que justificaria e seria bastante importante. Não tenho essa informação, não sei exatamente porque isso foi feito. Mas o fato é que foi alterada, sim, a concepção do projeto dos muros, e assim foi executado.

Agora, o maior fator de atraso, além desse, da demora da definição da Prefeitura, no atual Governo, foi o atraso dos pagamentos devidos à empresa Contesa. Inclusive, em janeiro ou fevereiro deste ano, não lembro bem, estive lá no canteiro de obras, porque os trinta e tantos operários da empresa estavam paralisados, em greve, pois a Fazenda devia mais de 1 milhão e 200 mil reais em cumprimento do cronograma de obras. E a empresa estava enfrentando muitas dificuldades.

Então, a bem da verdade, para repor os fatos, o atraso que se deu foi por única e exclusiva responsabilidade do atual Governo. Portanto não é pertinente, não cabe, é equivocado fazer a afirmação que fez ontem, nas rádios e na imprensa que estavam cobrindo o ato, o Secretário da SMOV, isso é tentar levar as pessoas de boa-fé a serem enganadas. Mas queremos saudar e contemplar a entrega do viaduto da 3ª Perimetral em Teresópolis, porque é uma conquista para Cidade.

Eu quero aqui também fazer o registro de uma outra questão e solicito a presença da representação do Governo, não vejo aqui a Líder e nem o Ver. Garcia. Há pouco estava aqui e recebi uma denúncia que julgo também bastante grave. Ver. Garcia, vejo-o aí, há um Programa, denominado ProJovem, em execução, e os recursos são originários do Governo Federal, repassados à Fazenda e recebidos pela Universidade de Santa Maria. Pois bem, o recurso está no caixa da Prefeitura, e o Secretário da Fazenda, Sr. Cristiano Tatsch, está se negando a repassar para a Fundação da Universidade de Santa Maria, sob a alegação de que eles - a Universidade - teriam inspirado, orientado e se interessado em “melar”, segundo o Secretário, a licitação para a terceirização do cadastro do ISSQN.

 

Isso é uma afirmação, é uma prática muito grave, porque o dinheiro é do Governo Federal, repassado ao Programa ProJovem, devem ser pagos 300 professores, o que já está em atraso há mais de mês, e no mês passado também houve isso, o que foi uma retaliação. Então eu quero ouvir a sua manifestação.

 

O Sr. Professor Garcia: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, eu solicito que V. Exª nos entregue uma minuta, ou os dados. Nós vamos atrás e vamos lhe dar retorno quanto a esse procedimento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu recebi essa afirmação agora, por telefone, de uma pessoa que eu conheço muito, vou lhe alcançar, sim, os documentos, porque isso é um procedimento inaceitável, ainda mais quando se diz, nos bastidores, que é uma retaliação em função de que a Universidade de Santa Maria teria agido para impugnar a licitação de terceirização do cadastro do ISSQN. Isso de fato aconteceu, mas aconteceu por ação da nossa Bancada; a Bancada, em conjunto, ingressou com uma Ação Popular na Justiça. Nós tivemos êxito sobre a questão da terceirização dos serviços de lixo, devido a irregularidades, o mesmo entendimento teve o Judiciário nesse processo, que acabou anulando também essa licitação. Então, não cabe, não deve, é inaceitável que esse tipo de prática esteja ocorrendo, algo de responsabilidade direta do Secretário da Fazendo do Município de Porto Alegre.

Outra questão também que eu quero abordar é que nós passamos o período eleitoral... E hoje pela manhã houve uma acalorada discussão aqui sobre o Projeto de Lei que versa sobre a circulação de carroças em Porto Alegre. Mas quero reabrir aqui a discussão sobre a necessidade de nós passarmos a limpo a questão envolvendo a licitação do DMLU anulada pela Justiça. São mais de 200 milhões que estavam sendo licitados em valor superaviltado e que foram anulados pela Justiça, como eu falei antes.

Portanto nós abrimos aqui uma agenda sobre a necessidade da instalação de uma CPI para investigar essa matéria. Eu fiz, à época, um recuo para que não ficasse o processo contaminado pela influência eleitoral ou pelos interesses eleitorais, mas é necessário que esta Casa retome o assunto, porque nós queremos transparência. E quem pode, quem deve dar a transparência neste ato é o Poder Legislativo através do instrumento conseqüente. E não vale fazer tergiversação e “forçação de barra” dizendo que “vamos investigar todo o período de 16 anos”. Pois bem, todos sabem que uma CPI para acontecer tem de ter fato concreto e objeto determinado, e esse é o caso. Não adianta fazer tergiversação e querer discutir assuntos do passado; se for para isso, que apresentem os fatos concretos, não há problema. Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores e, creio, da Frente Popular, não teremos o menor temor em enfrentar discussão de CPI, mas tem de ter o fato determinado; tem de cumprir o rito legal, Verª Neuza, senão não tem validade. Portanto, não cabe tergiversação.

Assim, estou colocando aqui novamente o desafio para que retomemos a pauta da CPI sobre a licitação do DMLU, que foi anulada na Justiça, porque é um tema, entendo eu, relevante. A Cidade está aguardando, nós estamos fora do período eleitoral e devemos fazer, de forma descontaminada, desarmada, uma investigação sobre isso, porque não pode ficar dúvidas sobre o processo. Muito obrigado pela atenção das Sras Vereadoras e dos Srs. Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Luiz Braz; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, coincidentemente a palavra do Ver. Todeschini - e ele diz que nós não devemos voltar ao passado - suscitou o passado, de uma forma até um pouco apressada, dizendo que o viaduto talvez não pudesse ser finalizado pelo Governo Fogaça. Quero dizer ao Ver. Todeschini que eu não sei da entrevista do Secretário Maurício, Vereador desta Casa, mas algumas coisas eu sei. Por exemplo, em 2002 a Prefeitura teve um déficit; em 2003 a Prefeitura teve um déficit; em 2004 também teve, e, devido a esse déficit, o BID objetou muitas coisas; ele não mandava dinheiro para Porto Alegre devido a esses três anos seguidos de déficit.

E a Perimetral, que é uma obra do Orçamento Participativo - e tenho muitas dúvidas em relação à sua legalidade -, é uma prova de que, quando há dinheiro, a obra sai; tem de estar no Orçamento. Houve dinheiro do BID com a contrapartida da Prefeitura.

Mas, neste momento, com todo o esforço do Governo Fogaça... Eu posso dizer que, quando assumimos a Prefeitura, eu fui guindado Secretário, naquela oportunidade, só a SMOV tinha 19 milhões e 900 mil reais em dívidas, e toda a Prefeitura tinha 175 milhões em dívidas, isso muito em razão da Perimetral. Só em relação ao Viaduto Utzig, havia 4 milhões e 600 mil reais em dívidas.

A passagem de nível Teresópolis, que ontem foi aberta, finalizando a 3ª Perimetral, embora a gente tenha de fazer algumas considerações... A Perimetral é uma grande obra e ainda um pouco complexa, por exemplo: por que aquele viaduto, aquele monstrengo na Av. Protásio? Nós sabemos que na Av. Protásio nunca houve passagem de pedestre tão forte, e sim de ônibus, Ver. Garcia, mas ali se fez um monstrengo, com elevador, trazendo um transtorno enorme.

E na Av. Bento Gonçalves, esquina Igreja São Jorge, que é um dos piores cruzamentos da 3ª Perimetral, não há passarela nem viaduto, não tem nada, mas futuramente terão de fazer, porque ali está perigosíssimo para o pedestre; não tem nem visão para o outro lado, e já têm acontecido vários acidentes naquele percurso.

Mas o importante é que a Perimetral terminou. O Governo Fogaça cumpriu, negociou com o BID dívidas extraordinárias, e começa a ter credibilidade para trazer verbas para Porto Alegre. Se havia um déficit do Governo anterior, dos anos 2002, 2003 e 2004, que atingiu 175 milhões, como é que o BID ia mandar dinheiro para Porto Alegre? É necessário que haja agora dois a três anos de superávit para recuperar o crédito, já que o grande avalista é a União, é o Governo Federal, que, quando tem um afiliado - o Município, o Estado -, não dá anuência, não é o fiador desse empréstimo internacional. É bom dizer isso, porque, senão, os Vereadores do PT podem esquecer e, em 2008, dizer que eles inauguraram, que eles fizeram, que eles resolveram tudo da Perimetral, quando, na realidade, é o Governo Fogaça que pegou uma bomba na mão. Nós tivemos que fazer uma gincana para recuperar a credibilidade. A passagem de nível Teresópolis sofreu várias modificações: no início era a possibilidade de um túnel, depois foi a possibilidade de uma rótula e terminou numa passagem de nível.

O mais importante, como disse o Vereador Todeschini, não é olhar para trás; é ver que a Perimetral está concluída. Porto Alegre precisa de dinheiro internacional para fazer grandes obras, já está começando, e foi uma negociação muito dura com a Infraero, no que diz respeito ao Viaduto Leonel Brizola, discussão da qual este Vereador, quando Secretário, participou, para que ali pudéssemos contornar certas situações de insegurança para os vôos. Então houve uma grande negociação, e já está projetada para o futuro de Porto Alegre essa região.

Porto Alegre precisa ter credibilidade para conseguir empréstimo internacional, até junto ao BNDES. Há pouco tempo, aqui nesta Casa, foi votado um pagamento junto à Corsan, Ver. Sebenelo, e isso implicava na não-possibilidade de empréstimo junto ao BNDES. Então a Prefeitura está limpando as gavetas. Existiam, por exemplo, empenhos não feitos, eles não apareciam na dívida do Município.

É bom lembrar que 16 anos passaram, não foram bons para o PT nem para nenhum Partido político. Um Partido político, durante 16 anos, numa Prefeitura, ou no Estado, ou na União, é uma catástrofe administrativa. Isso serve de exemplo para os Governos que vêm pela frente. É muito importante ter Prefeito, Governador, Governadora com capacidade de comando; caso contrário, nós vamos ter Secretários que são ou pensam que são Prefeitos, ou que são Governadores. E começam a trabalhar neste momento da conjuntura nacional, e cada um puxa pelo seu Partido ou para alguma Secretaria, prejudicando o Governo no todo. A capacidade de ser Secretário tem a ver com vontade de trabalhar, tem que gostar da Cidade, ou do Estado, ou da União; deve-se ter a possibilidade de interceder, conversar, fazer parceria com as outras Secretarias, Ver. Sebenelo. Isso é muito importante.

Eu vejo seguido, no Governo da União, do Estado e do Município, Secretários que não se dão com outros. Não estão prejudicando a si nem a sua Secretaria, estão prejudicando o Governo, seja ele Municipal, Estadual ou Federal. Se eu tivesse que dar um conselho para a nossa Governadora, Ver. Sebenelo, diria a ela que olhasse bem quem vai ser convocado, independente de Partido, porque esse alguém tem que ter a noção exata de colaboração, pois o que nós vimos no Governo Rigotto foi um exemplo claro: todos os Secretários se elegeram, e ele não se elegeu. Alguma coisa está errada, alguma coisa foi trabalhada erradamente, ou seja, os Secretários prestaram, e o Governo não.

Então encerro dizendo que é muito importante que os Partidos tenham a noção da capacidade, do seu prestígio, mas que coloquem gente com capacidade de auxiliar e pensar no Governo, fazer uma grande parceria e interagir com as outras Secretarias; caso contrário, vira, muitas vezes, cabide de emprego ou até processos de cabos eleitorais que beneficiam a sua região ou a sua Cidade.

O Estado é muito grande, e eu tenho certeza de que a Governadora está indo no caminho certo. A questão no momento é de cogitações, e eu acredito que ela terá capacidade de colocar as pessoas certas no lugar certo. E que os Partidos, quando sentirem esse desgaste, quando sentirem que os Secretários não estão trabalhando para o Governo, e sim para si, tenham a capacidade de retirá-los e colocar outros com uma visão mais ampla de progresso no nosso Estado. Obrigado, Presidente; obrigado, Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): O Ver. Professor Garcia está com a palavra.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, eu quero apenas fazer um registro bem rápido. O Ver. Carlos Todeschini falou a respeito do não-pagamento da Prefeitura, de que estaria havendo uma retaliação em relação à Fundação Santa Maria.

Entrei em contato com o Secretário Cristiano Tatsch, e ele disse, primeiro, que o Vereador está mal-informado, porque esse pagamento foi realizado ontem pela manhã; segundo, não existe, em nenhum momento, a questão da retaliação. O que a Prefeitura faz de forma zelosa é exigir toda a documentação, até porque esse dinheiro que foi repassado era um processo sem licitação, e essa entidade, o Secretário fez questão de informar, recentemente, por não ter ganho em processo estatal, entrou com uma ação contra o Município. Então, eu venho aqui, de público, trazer a verdade e gostaria, depois, que o próprio Ver. Todeschini fosse atrás e retornasse ao microfone para dizer que o pagamento foi realizado. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Srs. Vereadores, anuncio que o Ver. Adeli Sell está representando a Câmara Municipal no lançamento do Relatório Social do Grupo Hospitalar Conceição, onde eu trabalho. Pedi que o Vereador fosse me representar, e lá ele está.

Fui convidado para uma homenagem ao bravo Vereador Marcos Klassmann, cassado logo depois de um belo discurso feito nesta Casa, feito na nossa Câmara, noutro local, mas na nossa Câmara. Então, hoje ele vai ser saudado na Assembléia Legislativa, e eu pedi que o Ver. Carlos Comassetto fosse lá me representar. Informo aos senhores que eles estão nessas representações.

Anuncio para os Srs. Vereadores que está conosco o Sr. Hajime Kimura, Cônsul do Japão, que é do país representado e saudado pela nossa Feira do Livro. Solicito que o Cônsul venha até a nossa Mesa. (Pausa.) A Presidência solicita ao Vice-Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. Luiz Braz, que faça a saudação ao nosso eminente visitante.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente da nossa Câmara Municipal, Ver. Dr. Goulart; queremos saudar e dizer da honra que nós temos de estar recebendo aqui o Cônsul Hajime Kimura.

Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, com toda a certeza, a Feira do Livro é para todos nós, porto-alegrenses, um motivo de muito orgulho. Todas as pessoas, de qualquer ponto do nosso País ou de qualquer parte do mundo, que vêm a Porto Alegre nesta época acabam maravilhadas com aquilo que acontece em praça pública, quando milhares e milhares de livros são oferecidos numa feira festiva, num ambiente cultural e extremamente elevado que a nossa Cidade oferece aos escritores e àquelas pessoas que querem se consultar com bons autores.

Por isso, quando neste ano a Feira do Livro resolveu prestar uma homenagem muito especial ao Japão, nós, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, também temos a obrigação de trazer esse homenageado da Feira do Livro para o nosso Plenário, a fim de que todos nós, representantes da sociedade porto-alegrense, possamos também saudar o Japão, país homenageado na Feira do Livro e, portanto, por todos nós, porto-alegrenses.

Eu tive a oportunidade de, muito recentemente, Presidente, estar na Escola Professora Marieta da Cunha Silva, ali na Rua Paulo Madureira Coelho, 165. Há muitos anos, nós estivemos lá, porque alguns dos pavilhões da Escola estavam condenados, e as crianças não podiam se dirigir a esses pavilhões para estudar, nem para fazer consultas, nem para se reunir, absolutamente para nada, porque existia um perigo iminente de os pavilhões caírem. Apesar de reclamarmos para o Governo do Estado - e o problema passou por outros Governos -, infelizmente na época nada foi feito. Os pavilhões continuaram colocando em risco aquelas crianças.

E vocês podem perguntar: mas o que esta homenagem tem a ver com isso? Nós voltamos lá há mais ou menos um mês. Para um projeto que apresentamos em várias regiões carentes da Cidade, o chamado Dia de Solidariedade, nós pedimos emprestadas, para podermos instalar o nosso projeto, as dependências da Escola Marieta da Cunha Silva. Ver. Sebenelo, todo um pavilhão imenso estava lá construído, novo, de forma moderna, oferecido para aquelas crianças com financiamento do Consulado do Japão. Fui saber se era uma iniciativa isolada do Consulado Japonês financiar aquele pavilhão na Escola, há muito tempo abandonada pelo Governo Estadual. Eu fiquei sabendo, Vereador-Presidente Dr. Goulart, que muitas dessas iniciativas têm sido tomadas pelo Consulado Japonês, a fim de que a nossa educação, aqui em Porto Alegre e também em outros Municípios do Rio Grande do Sul, possa ser melhorada.

Eu fiquei boquiaberto com o que uma boa relação com um país tão culto como aquele pode realmente reverter em sucesso para o progresso da nossa civilização aqui neste ponto do Planeta. Por isso fico muito feliz por termos 600 japoneses instalados aqui em Porto Alegre - é o Município que mais japoneses têm no Rio Grande do Sul. Fico feliz em saudar o Cônsul do Japão, que está aqui representando o seu país, e quero dizer: muito obrigado por tudo aquilo que vocês têm feito pela nossa gente.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Luiz Braz, ao mesmo tempo em que cumprimento o Cônsul do Japão, quero dizer que Porto Alegre realmente aprecia muito o Japão e seus filhos que aqui aportam. Temos a Praça do Japão; temos a Praça Província de Shiga - inclusive é um Estado-irmão do Rio Grande do Sul -, feita com recursos japoneses; temos a cidade-irmã, Kanasawa, e temos o Grupo Escolar Japão, que também recebeu muitos recursos, reiteradas vezes, do Consulado Japonês. E agora culmina a homenagem que se presta ao Japão, merecidamente lembrado na Feira do Livro. Saúde e PAZ!

 

O SR. LUIZ BRAZ: Obrigado, Ver. João Dib.

Antes de ceder o aparte à Verª Margarete Moraes e ao Ver. Claudio Sebenelo, só quero dizer algo, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras. Verª Margarete, V. Exª que é da área da cultura; meu amigo Sebenelo, homem bastante culto e que me dá a grande honra de ser meu companheiro de Bancada, nós comemoramos, aqui no Rio Grande do Sul, o cinqüentenário da vinda dos japoneses ao Estado. Mas, lendo aqui os relatos que chegaram, vi que, na verdade, os primeiros japoneses que vieram já pisaram no solo gaúcho há 86 anos. Em 1920 um médico chegou, pisando no solo do nosso Rio Grande do Sul, inaugurando praticamente a vinda de japoneses para a nossa Região.

E, no ano de 2008, Verª Margarete e Ver. Sebenelo, nós vamos ter o centenário da imigração japonesa no Brasil. Então eu vou pedir a ajuda de todos os Vereadores - e disse ao Cônsul que iríamos fazer isso da tribuna, por isso faço questão de o fazer antes do aparte de Vossas Excelências -, para que todos nós possamos assinar. Eu coloco a minha Sessão - pois cada Vereador tem direito a uma Sessão Solene durante o ano - à disposição, para que possamos fazer, tanto no ano que vem como no ano de 2008, quando ainda teremos os nossos mandatos, uma homenagem à colônia japonesa pelo centenário, que será muito comemorado no ano de 2008, mas que já terá, no ano que vem, uma grande preparação.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria cumprimentá-lo, Ver. Luiz Braz, e o Ver. Dr. Goulart, nosso Presidente, pela idéia do comparecimento do Consulado do Japão à nossa Casa, tendo em vista a justa homenagem que receberam na Feira do Livro. Trata-se de uma cultura milenar muito importante, que muito enriqueceu e seguirá enriquecendo a nossa cultura gaúcha, a nossa cultura brasileira. Nessa troca todos nós crescemos.

Eu também queria aproveitar para homenagear o Sr. Valdir da Silveira, Presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, que organiza a Feira do Livro; quero cumprimentá-lo pelo recebimento, ontem, em Brasília, da Medalha do Mérito Cultural, concedida pelo nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E nada mais meritório do que a Feira do Livro, que é o maior evento cultural de Porto Alegre, receber esse mérito. Também gostaria de fazer uma alusão ao nosso escritor Alcy Cheuiche, que tem muitos livros publicados e que também merece o reconhecimento desta Casa. Eu falo em nome da Bancada do meu Partido, Partido dos Trabalhadores. Muito obrigada.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Verª Margarete Moraes.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu queria, antes de lhe agradecer a oportunidade, lhe cumprimentar por esta iniciativa e pela próxima iniciativa, a do centenário da chegada dos japoneses à nossa Cidade. Eu queria explicar ao nosso Cônsul que somos adeptos de uma seita fundamentalista que se situa às margens do lago Guaíba, aqui à direita, cuja veste é vermelha. O Ver. Dr. Goulart, este Vereador e tantos outros - eu já vendi o meu automóvel - iremos para o Japão até o fim do ano, onde lá teremos a oportunidade de não só abraçar os nossos irmãos japoneses, mas de voltarmos erguendo uma taça que será histórica no Brasil inteiro. Um grande abraço, muito prazer em recebê-lo aqui, é uma honra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Não representante de uma seita, mas representante de uma grande torcida em todo o Brasil, o Grêmio também já esteve por lá visitando o Japão e ganhando o campeonato mundial.

 

O Sr. Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero trazer, Sr. Presidente, ao nosso Cônsul do Japão, em nome do Partido da Frente Liberal, os nossos cumprimentos, os nossos agradecimentos, pois esta homenagem é singela entre tantas. Mas o primordial da Feira Livro, acredito eu, é o aporte da cultura das etnias na formação da nossa Cidade e do nosso Estado. E o Japão - igualmente outros países - tem uma grande influência positiva sob essa miscigenação de raça maravilhosa que está se formando em nosso País. Parabéns à nossa Casa, e, em nome do Partido da Frente Liberal, os nossos cumprimentos a toda etnia japonesa. Obrigado.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver. Ismael Heinen.

Sr. Presidente, Sr. Cônsul, mais uma vez reafirmo que, para esta Casa, é um motivo de muito orgulho poder estar prestando esta homenagem e anunciando as próximas homenagens que serão realizadas. No ano que vem, Sr. Presidente, nós estaremos juntos aqui e prestaremos uma homenagem, já anunciando esse centenário. No ano de 2008, se Deus quiser, vamos estar aqui, estamos anunciando para o Cônsul - já fazendo parte dessas homenagens que vão ser prestadas pelos cem anos dos japoneses em solo brasileiro -, prestando uma grande homenagem na nossa Câmara de Vereadores.

Eu tenho certeza de que esta Casa estará com todos os seus Vereadores para prestigiar esses japoneses, que tanto ensinaram para nós! Inicialmente, técnicas de agricultura, mas depois contribuindo praticamente em todos os outros ramos de negócio, ciência, para que pudéssemos ser um povo um pouco melhor. Muito obrigado pelo que vocês já fizeram pelo nosso povo, que vocês consigam realmente ter muito sucesso nessa incursão que realizam pelas terras do Rio Grande do Sul! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Agradecemos a saudação feita pelo nosso Vice-Presidente e oferecemos a tribuna da nossa Casa ao Sr. Hajime Kimura, Cônsul do Japão, para saudar os seus amigos do plenário.

 

O SR. HAJIME KIMURA: Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, boa-tarde. Muito obrigado pelo convite, gostaria de agradecer a saudação e, principalmente, gostaria de agradecer ao Ver. Luiz Braz por ter tomado a iniciativa desta saudação. Muito obrigado.

Antes que eu esqueça, gostaria de dizer algumas coisas sobre o Sport Club Internacional. Por acaso, hoje estou convidando os jogadores e dirigentes do Internacional para irem à minha casa para torcer, para ver quem vai trazer a taça do Campeonato Brasileiro. Como eu estou indo embora definitivamente para o Japão, no dia 9 de dezembro vou torcer lá no Japão, vou ficar no estádio para torcer, juntamente com o senhor, não é?

Quanto à Escola Marieta da Cunha Silva, nós temos um programa chamado Programa da Assistência Comunitária, com o qual nós ajudamos os projetos que auxiliam no desenvolvimento das comunidades carentes. Com esse Programa, ajudamos, por exemplo, no ano retrasado, quatro entidades e, no ano passado, ajudamos 11 entidades, incluindo cinco escolas públicas - dentre essas cinco escolas públicas, está a Escola Marieta da Cunha Silva. Para este ano estamos com 14 projetos. Se, por acaso, os senhores tiverem algum projeto bom que contribua com o desenvolvimento das comunidades carentes, apresentem o projeto para nós, pois estamos abertos. Esses projetos foram executados em parceria com a Secretaria de Educação do Governo do Estado, com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e todas as entidades públicas. Eu gostaria de agradecer essa parceria.

Gostaria de agradecer esta homenagem feita pela Feira do Livro. O Ver. Luiz Braz referiu agora, explicou muito bem, que estamos comemorando o cinqüentenário da imigração japonesa. Dizem que o primeiro imigrante japonês chegou aqui em 1920, só que nós não temos muita certeza disso. Então, a partir de que ano podemos começar a contar a história da imigração japonesa no Rio Grande do Sul? Essa foi a nossa primeira dúvida. Por isso pegamos um ano mais representativo da imigração japonesa aqui no Estado. Isso foi em 1956, quando começou a imigração coletiva, que veio diretamente do Japão para cá. O primeiro imigrante japonês, que chegou em 1920, desembarcou em São Paulo. Depois, chegaram outros imigrantes em outras cidades, e, só algum tempo depois, eles chegaram aqui. Então, a imigração direta, coletiva, sistemática, começou em 1956. Por isso estamos comemorando o cinqüentenário este ano.

Como a nossa comunidade japonesa, aqui no Rio Grande do Sul, só tem 1.500 japoneses e 3.000 descendentes, a comunidade é pequena, são 4.500 pessoas, nós pensávamos, quando estávamos preparando o cinqüentenário, que ia ser algo discreto, muito discreto, dentro de uma comunidade pequena de 4.500 pessoas. Só que, com a ajuda do Governo, das Prefeituras, das entidades particulares, ficou muito mais conhecido. E, com esta homenagem na Feira do Livro, todo o mundo já está sabendo do cinqüentenário da imigração japonesa. Durante a Feira do Livro, não houve nenhum dia em que eu não tenha respondido entrevistas, tanto que também fiquei muito conhecido. Muitas pessoas me cumprimentaram, quando estava andando nas ruas. Então, estamos muito agradecidos por esse apoio ao nosso cinqüentenário, que iria ser muito discreto, mas acabou sendo muito conhecido.

Gostaria de dizer que o motivo mesmo do nosso cinqüentenário não é só comemorar os 50 anos de aniversário da imigração japonesa, mas fortalecer, estreitar as relações entre o Rio Grande do Sul e o Japão, para isso é que nós temos feito muitos projetos nas áreas política, econômica e cultural. E, como o Ver. Braz explicou agora - inclusive gostaria de agradecer profundamente a homenagem que será feita no ano que vem pelo centenário -, em 2008, vamos comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil, gostaríamos de aproveitar esse cinqüentenário e centenário para estreitar ainda mais a relação entre o Rio Grande do Sul e o Japão, que deveria ser bem mais intensa.

Então, para isso, eu gostaria de contar com a colaboração e o apoio de todos as senhoras e os senhores. Mais uma vez, eu gostaria de agradecer esta saudação, esta homenagem e todo o apoio que tem sido dado ao nosso cinqüentenário. Muito obrigado, senhoras e senhores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Sr. Cônsul. Agradecemos também aos representantes da Legião da Boa Vontade, LBV, que acompanham o Cônsul.

Senhores e senhoras, agradecendo esta ilustre visita dos representantes dos nossos amigos japoneses, suspendo os trabalhos da presente Sessão por dois minutos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h59min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart - 15h02min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, gostaria que V. Exª submetesse ao Plenário a realização de um minuto de silêncio, para que nós possamos dividir a dor com aquela comunidade de Santa Catarina, pelo passamento dessas crianças que vou citar os nomes: Danilo Leite Júnior Santos, 14 anos; Marcos William Amorim, 11 anos; Robson Oliveira Santos, 13 anos; Amanda Rodrigues da Silva, 13 anos; Karine Rodrigues da Silva, 11 anos; Liziane Chaves dos Santos, 13 anos. Nada mais justo do que esta Casa dividir essa dor, porque são jovens, meu caro Presidente, e isso entristeceu de uma forma profunda aquela comunidade na nossa querida Santa Catarina.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Verª Maria Celeste está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Comassetto.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com muita alegria retorno a esta Casa após um período de Licença Saúde, Ver. João Antonio Dib, agradecendo todas as manifestações dos Vereadores e Vereadoras desta Casa, que foram bastante solidários comigo nesse período.

Mas, Ver. Cassiá, que foi um excelente Secretário de Obras do Município, gostaria de poder rememorar algumas questões que, na sua fala, no Grande Expediente, me pareceram incompletas. Quero lembrar que a 3ª Perimetral, um Projeto da Frente Popular tocado, continuado pela atual Prefeitura... E o atual Governo afirmava que o que estava bom iria ficar, e o manteve quando disse isso, mas a perspectiva da mudança - “mudar o que é preciso” - de fato até agora nós não podemos visualizar. Mas quero relembrar, Ver. Cassiá, que a maior parte da obra foi deixada pronta; em torno de 80% da obra da 3ª Perimetral foi, de fato, deixada pronta: a Av. Carlos Gomes, toda pronta, concluída; a Av. Senador Tarso Dutra, toda concluída; Rua Dona Margarida, Av. Aparício Borges, Rua Dr. Salvador França, todos esses trajetos prontos e concluídos. A nossa Prefeitura, a da Frente Popular, fez o Projeto, conseguiu o financiamento e tinha dificuldades, inclusive o Prefeito João Verle, na época, colocava isso, ele jamais se furtou da sua responsabilidade, disse da dificuldade com o BIRD, da contrapartida de Porto Alegre, mas não se eximiu da responsabilidade, entregando pronta boa parte da obra no período em que estávamos à frente da Prefeitura.

Se houve atraso, se houve inabilidade política de negociação, isso nós deixamos para que o atual Secretário responda, como na entrevista em que ele falou de uma forma bastante equivocada, querendo responsabilizar a gestão anterior pela inoperância da Secretaria neste período em que está no Governo. Então, quero só relembrar essa questão, porque é a historia da Cidade, e quem acompanha a cidade de Porto Alegre - o cidadão, a cidadã de Porto Alegre que acompanham - muito bem sabe, de fato, quem realiza as obras e como as obras foram realizadas nesta nossa Cidade.

Mas o tema que eu gostaria de tratar neste período de Comunicações é um tema que esta semana, para nós, foi motivo de uma grande polêmica e uma grande discussão nacional, que a questão da condenação do nosso querido Emir Sader, por expressar numa coluna a sua opinião sobre uma determinada frase dita pelo Senador Jorge Bornhausen, do PFL, no ano passado. Para quem não lembra, quero aqui dizer como iniciou essa polêmica. Num evento com empresários, o Senador do PFL foi indagado: “O senhor está desencantado com a política?” Ele disse: “Muito pelo contrário, estou encantado, porque estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos.” Foi essa a argumentação usada, e no seu comentário Emir Sader faz, de fato, uma relevante observação sobre a questão do preconceito, da discriminação usada por esse Senador.

Mais do que isso, cabe-nos indagar, para além das questões divulgadas sobre a livre expressão do Emir, livre expressão tão decantada neste País, Ver. Claudio Sebenelo... Fala-se muito da liberdade de expressão, que a imprensa não pode falar, e, quando a gente vê um colunista sendo condenado e a forma como foi feito o seu julgamento, isso nos faz refletir sobre a questão da liberdade de expressão. O advogado de Emir Sader, Marcelo Bettamio, coloca que não houve sequer direito de defesa, de apresentação das testemunhas do Emir Sader nesse processo.

Onde é que está, então, de fato, a liberdade de expressão, a possibilidade de um julgamento correto em relação à questão apontada? Sequer foram ouvidas as testemunhas de defesa do nosso querido Emir Sader. E, mais do que isso, a condenação vai além da prescrição de serviços comunitários, traz uma decisão inédita e descabida. O artigo foi assinado por Sader, de fato, mas não tem qualquer relação com a função de docente da universidade, e a outra pena colocada, acumulada, foi a perda da sua função de docente na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Isso nos leva a refletir sobre que liberdade de expressão nós estamos usando no nosso País.

E nós, milhares de pessoas, homens e mulheres neste País, estamos fazendo um texto de Moção, que está circulando, e esta Casa tem responsabilidade sobre isso, Sr. Presidente. Foi apresentada pela Frente Popular, para que pudéssemos avaliar aqui no plenário - espero que logo a gente possa fazer isso -, uma Moção de Apoio a Emir Sader que diz o seguinte (Lê.): “A sentença do Juiz Rodrigo César Muller Valente, da 11ª Vara Criminal de São Paulo, que condena o Professor Emir Sader por injúria no processo movido pelo Senador Jorge Bornhausen (PFL - Santa Catarina), é um despropósito: transforma o agressor em vítima e o defensor dos agredidos em réu.

“O Senador moveu processo judicial por injúria, calúnia e difamação em virtude de artigo publicado no site Carta Maior, no qual Emir Sader reagiu às declarações de Bornhausen, que se referiu ao PT como uma ‘raça que deve ficar extinta por 30 anos’.

“Na sua sentença, o Juiz condena o sociólogo ‘à pena de um ano de detenção em regime inicial aberto, substituída [...] por pena restritiva de direitos, consistente em prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, pelo mesmo prazo de um ano, em jornadas semanais não inferiores a oito horas, a ser individualizada em posterior fase de execução’.

“O Juiz ainda determina: ‘[...] considerando que o querelante valeu-se da condição de professor de universidade pública deste Estado para praticar o crime, como expressamente faz constar no texto publicado, inequivocamente violou dever para com a Administração Pública, motivo pelo qual aplico como efeito secundário da sentença a perda do cargo ou função pública e determino a comunicação ao respectivo órgão público em que estiver lotado e condenado ao trânsito em julgado’.

“Numa total inversão de valores, o que se quer com uma condenação como essa é impedir o direito da livre expressão, numa ação que visa intimidar e criminalizar o pensamento crítico. É também uma ameaça à autonomia universitária, que assegura que essa instituição é um espaço público de livre pensamento. Impor a pena de prisão e a perda do emprego conquistado por concurso público é um recado a todos os que não se silenciam diante das injustiças.”

Então, essa Moção, Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza, que agora preside os trabalhos, é a Moção que nós queremos logo estar discutindo, e tomara que seja aprovada neste Plenário e encaminhada em solidariedade ao nosso querido Emir Sader. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Obrigado, Verª Maria Celeste.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Carlos Todeschini.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Exmo Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste pelo Canal 16, quando eu era Secretária Municipal da Cultura, recebi uma sugestão do então Prefeito Tarso Genro, inspirado no metrô de Londres, para que instituíssemos, em Porto Alegre, um concurso, algum instrumento, para colocarmos poemas nos nossos ônibus.

A Secretaria Municipal da Cultura em conjunto com a CARRIS realizaram esse concurso, produziram os poemas, e esse concurso foi algo tão afirmativo, algo tão positivo para cidade de Porto Alegre que a própria Associação, a ATP, resolveu assumir, depois, todos os gastos com concurso, cabendo à Secretaria Municipal da Cultura apenas a organização desse fato.

Em Porto Alegre, existe a União Brasileira dos Trovadores, é uma Associação de mais de 200 filiados em Porto Alegre, mas existe em todo o Brasil. O Ver. Ervino Besson e eu sempre incentivamos essa Associação, e eles me pediram para fazer algo semelhante aos “Poemas no Ônibus”, seria as “Trovas no Lotação”. O Ver. Sebenelo compreendeu muito bem e fez uma belíssima defesa, e dessa vez eu procurei a Governança Local Solidária, através do Secretário Toni Proença, que apoiou o Projeto, e o Presidente da UBT procurou a Associação dos Táxis-Lotações, e eles gostaram, tiveram muita simpatia pela idéia. Certamente, com adesivos com trovinhas nos lotações, as pessoas viajariam de uma maneira muito mais feliz, mais inteligente, porque há ironia, há humor nas trovas, a viagem seria muito mais agradável a partir da rima, da métrica de uma quadrinha, que é algo muito simples.

Esse Projeto tramitou normalmente, Ver. João Antonio Dib, e a Procuradoria da Casa não viu óbice, apenas questionou o art. 5º do Projeto, que eu havia elaborado. Eu contestei, mas disse que não me oporia à busca de correção dessa eventual imperfeição através de Emenda modificativa ou mesmo supressiva. Inacreditavelmente, foi para CCJ, e o Ver. Valdir Caetano colocou existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto. Foi encaminhado para mim, e, a partir disso, eu gostaria de tecer algumas considerações.

Ele viu óbice, contrariando o diálogo e o respeito que existe entre os Vereadores, e a Procuradoria desta Casa que não viu óbice. Eu quero dizer que foi uma postura autoritária e contraditória que, infelizmente, a CCJ acompanhou. Já houve dispositivo com idêntica redação - "O Executivo regulamentará essa lei a partir da data da sua publicação” -, mas no meu caso foi considerado fator de óbice. No caso de outros Processos, como no caso de um Projeto do Ver. Márcio Bins Ely, assinado pelo Ver. Paulo Odone, foram pela inexistência de óbice. Em relação a mesma frase, num Projeto eles vêem óbice e, em outro Projeto, não vêem. O seu Projeto, Vereador, era sobre o Estatuto da Juventude, e aí V. Exª adentrou prerrogativas do Executivo no art. 3º, 5º, 11, 13, 18, 23, entre outros, e não houve óbice. No meu, num Projeto tão simples, tão singelo, foi decretado óbice. Eu fiz duas Emendas, tentando corrigir: a de nº 01, corrigindo, e a de nº 02, Emenda supressiva do art. 5º, e aí o Ver. Valdir Caetano também se manifestou pelo óbice, sugerindo que eu apresentasse um Substitutivo.

Eu não consigo compreender a concordância do Ver. Ibsen Pinheiro, quero questionar, em público, aqui, e gostaria que ele estivesse presente, ele que é um jurista renomado. Não consta a assinatura do Ver. Paulo Odone, que eu tenho certeza de que seria contrário a isso, nem do Ver. Nereu, concordando. Não entendo a posição do Ver. Ibsen Pinheiro, nem a posição do Ver. Mario Fraga, nem a posição do Ver. Almerindo, porque nós temos que ter uma regra, todas as regras têm exceção, mas tem que haver uma norma, uma regra, uma mesma frase não pode ser motivo de óbice em um caso e não ser em outro caso semelhante, ou ao contrário.

Eu até quero, agora, questionar o Projeto do Ver. Márcio Bins Ely, porque considero uma grande injustiça o que foi feito com o Projeto “Trovas no Lotação”, Ver. Ervino, uma sugestão da UBT - União Brasileira dos Trovadores -, para que essas quadrinhas possam compor os lotações da nossa Cidade, com a concordância do Governo, com a concordância da Associação que cuida dos lotações na nossa Cidade. Eu perdi dois anos, no ano que vem vou ter que apresentar um Projeto Substitutivo por uma injustiça da CCJ da nossa Casa. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu queria, saudando este retorno tão amável da Verª Maria Celeste, dizer a ela que não cabe esse tipo de discussão volumetricamente tão pequeno de se a Perimetral foi nossa, foi sua, foi deste Governo, ou do Governo anterior. Não, a 3ª Perimetral é da Cidade, uma obra maravilhosa, uma obra feita em dois Governos, uma obra que foi paga pela população de Porto Alegre, não foi feita por um Partido, foi feita por Administrações que se sucederam. Eu acho um desgaste muito grande esse tipo de debate, porque talvez hoje a avaliação da 3ª Perimetral ultrapasse todas as avaliações numa Cidade que manteve mais de 20 anos a mesma malha viária. A primeira grande diferença que se faz é a 3ª Perimetral; durante 20 anos houve a acomodação de 200 mil para 600 mil automóveis na mesma malha viária, foi um momento muito difícil da Cidade.

Por outro lado, eu queria me referir à condenação de Emir Sader, que, além de um brilhante intelectual, um intelectual de vanguarda, é fundador do Partido dos Trabalhadores. Evidentemente, ele sabe perfeitamente que uma condenação criminal implica perda da função pública, inclusive com prisão de um ano, trocada, pelos seus bons antecedentes, por trabalhos comunitários. Do ponto de vista do meu pensamento pessoal a respeito do crime de opinião, acho um horror as pessoas terem o direito de pensar mas serem condenadas por isso. Isso eu acho completamente errado.

Agora, eu queria que isso tivesse sido observado, por exemplo, pelo Prefeito Raul Pont, que mandou uma carta para a Rádio e TV Bandeirantes pedindo a saída de três profissionais, porque eles falavam mal da sua Administração, e a sua Administração sustentava a Rádio com os anúncios. Se esses profissionais não fossem postos para a rua, a Rádio perderia os anúncios oficiais.

Esta semana, doze pessoas foram afastadas, pelo Partido dos Trabalhadores, de seus empregos, de seus trabalhos, de suas atividades como jornalistas, reuniram-se, recentemente, por terem um fato em comum, por terem sido afastadas dos seus trabalhos, dos seus empregos. E, nas suas áreas de trabalho, tudo é muito mais difícil devido ao pequeno número de veículos de imprensa, e foram afastadas por delito de opinião, por terem uma opinião contrária. Claro que pimenta nos olhos dos outros arde muito menos do que nos nossos olhos - nos nossos dói muito mais.

E dou a minha solidariedade a Emir Sader, porém quero dizer que a mesma iniciativa foi tomada contra profissionais, contra jornalistas do Rio Grande do Sul: foram exigidas as suas cabeças nos cargos que ocupavam na imprensa, por delito de opinião, por terem opinião contrária. Hoje eles estão se reunindo, num jantar, comemorando quatro, cinco anos do afastamento, todos eles estão com documentos oficiais pedindo formalmente os seus empregos. Se não fossem afastados, a emissora que eles trabalhavam seria punida com a retirada dos anúncios oficiais e conseqüente pagamento das suas empresas. Evidentemente, para não fundir a empresa, para não ter de prejudicar todos os outros funcionários pela falta de pagamento de clientes, eles foram afastados. E qual foi o crime, o delito deles? Terem uma opinião diferente.

E isso não só ocorre agora num Judiciário que, na minha opinião, errou no caso de Emir Sader; isso ocorreu fora do Judiciário, nas agências burocráticas de um Partido e de uma Administração. Se Deus quiser, um dia estaremos livres disso. É como dizia o nosso fantástico Millôr: ”Livre pensar é só pensar”.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo Souza): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Clênia Maranhão.

 

O SR. MARIO FRAGA: Exmo Sr. Presidente, Ver. Haroldo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias, público que nos assiste pela TVCâmara, usaremos este espaço de Comunicações hoje para fazer referência a três assuntos da nossa Cidade. O primeiro assunto já foi tratado desta tribuna hoje: dou os parabéns a Porto Alegre, a todos nós porto-alegrenses e, em especial, ao Governo Fogaça, que inaugurou ontem o Viaduto Celso Furtado. O viaduto faz parte do conglomerado da 3ª Perimetral de Porto Alegre, que se iniciou, sim, no outro Governo; felizmente, para nós que fazemos parte deste Governo, conseguimos inaugurar ontem.

E falo dessa via porque sou usuário dela diariamente - a Av. Teresópolis. Diariamente vamos para casa e voltamos por esse trajeto e podemos observar que mudou bastante. Ontem, já passei, depois de inaugurado o viaduto, duas vezes por lá, e está excelente. Então, dou os parabéns aos porto-alegrenses e ao Governo Fogaça por ter concluído essa obra que é tão importante para nós, principalmente nós que somos da Zona Sul de Porto Alegre.

Também ontem, nesta Casa, Ver. Haroldo de Souza, participei de um debate na TVCâmara, que foi um sucesso pelo assunto abordado: o Projeto Socioambiental. Esse Projeto, Ver. Márcio Bins Ely, também era para estar em execução, começou no ano de 2000. Ver. Márcio Bins Ely, em 2000 começou a se falar no Socioambiental, e começaram a ser feitas promessas - infelizmente muitos fazem. E começou, Ver. Cassiá Carpes, no Governo passado também. Hoje estamos em 2006, e o Socioambiental pouco saiu do papel, pouco saiu.

O Ver. Cassiá Carpes me faz um aparte anti-regimental, dizendo que o BIRD não liberou os recursos. Exatamente, Ver. Cássia. Nós, infelizmente, temos que tocar nesse assunto. Houve atraso no pagamento das parcelas, houve alguns empecilhos para que esse dinheiro fosse liberado.

Estivemos aqui na Câmara, ontem, com o Dr. Marins, que é o coordenador do Projeto junto ao DMAE, e tivemos boas notícias. Mas eu gostaria de transmitir, neste momento, principalmente para os nossos amigos da Zona Sul e do Extremo Sul - ou seja, lá da Vila dos Sargentos; lá da Serraria, que foram e estão sendo até agora, aparentemente, iludidos; da Ponta Grossa e do Cristal - que essas comunidades serão beneficiadas inteiramente. E também as interligações da Restinga, onde vive toda aquela população, e não há esgoto.

Hoje - para quem nos escuta, Ver. Márcio Bins Ely - nós temos 27% do esgoto da nossa Cidade feito, Ver. Haroldo. Ainda ontem no debate, falei do Ver. João Antonio Dib; referi que esses 27%, Ver. Márcio, por incrível que pareça, se não foram feitos no Governo do João Antonio Dib, foram feitos no Governo do Loureiro da Silva. Vejam só! E nós nos vangloriamos de que a nossa Cidade tem a melhor qualidade de vida! Nós temos apenas 27%. Em todos esses Governos passados, não se fez quase nada. Nós estamos, então, supercontentes no sentido de que isso possa avançar dentro deste Governo, do qual fazemos parte.

E também, para finalizar, gostaria, Ver. Haroldo, de dizer que, no sábado, na nossa comunidade - ainda ontem falávamos, Ver. Haroldo, que V. Exª, entre outros Vereadores, é muito benquisto na nossa Cidade, no nosso bairro em Belém Novo -, teremos a 27ª edição da Festa do Ridículo, quando serão levadas a Belém Novo em torno de 10 a 12 mil pessoas. Convido todos os porto-alegrenses para essa festa, que ocorrerá no sábado. Os que já estiveram na Festa do Ridículo conhecem, e quem não esteve não imagina o que é essa festa.

É uma festa feita com recursos particulares, de um grande empreendedor, que é o Kako Pacheco, que começou isso há vinte e sete anos, junto com o Alexandre Almeida e com o Guebo. Começaram na sua casa, na residência do Pachecão, lá em Belém Novo; depois passaram para a Saben; depois para a Praça de Belém, e, atualmente, a festa acontece lá no Leblon. Lá no Leblon, Ver. Ervino Besson - que conhece tão bem a nossa comunidade -, onde, se Deus quiser, vai ser erguido o Centro Cultural de Belém Novo, para o qual nós já colocamos no Orçamento do ano passado trezentos mil reais; e neste ano nós vamos tentar colocar no Orçamento mais um valor significativo, para que se possa ter, naquela comunidade, o Centro Cultural de Belém Novo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem nas galerias e pelo Canal 16 da TV Câmara, eu queria saudar a todos.

Primeiramente, quero destacar que no próximo fim de semana, Ver. Mario Fraga, nós teremos vários eventos. Destaco o número um: a Festa do Ridículo, que é, sem dúvida nenhuma, a grande festa da cidade de Porto Alegre. E V. Exª já se pronunciou de uma forma muito clara sobre o que representa para Belém Novo, para a nossa comunidade, a Festa do Ridículo. Portanto, eu queria parabenizar o Kako e sua equipe por esse grande evento.

 E ocorrerá também a abertura da Festa do Pêssego no sábado, na Vila Nova. Mais uma vez reforço o convite aos colegas Vereadores e Vereadores e ao telespectador do Canal 16. E quero aqui, de público, agradecer ao nosso querido colega que preside os trabalhos neste momento, o Ver. Haroldo de Souza, pela acolhida ontem, quando estivemos no campo do Internacional, no Gigante, onde ele nos recebeu com essa gentileza, com esse carinho tão exemplar. Este Vereador esteve lá, juntamente com as rainhas e princesas da Festa do Pêssego. Portanto, meu caro Vereador, muito obrigado pela acolhida, pela simpatia com que V. Exª nos atendeu na noite de ontem, em nome da comunidade, em nome da rainha, em nome do Sindicato.

Hoje pela manhã eu escutei parte de um programa de rádio do qual participava o Ver. Cassiá Carpes. Eu quero parabenizar V. Exª por ter colocado politicamente aquilo que este Vereador pensa sobre como é que se faz política, de uma forma clara, com muita competência. Parabéns! Está dizendo o caro colega, Ver. Bernardino Vendruscolo, que é por isso que V. Exª se elegeu Deputado. É verdade. Com clareza, com honestidade, com tranqüilidade. Portanto, parabéns, Ver. Cassiá Carpes, por esse belo programa.

Meus caros colegas Vereadores, sou morador da Zona Sul de Porto Alegre, e, a exemplo de outros Vereadores, acompanhei o problema que houve no Morro do Osso. Até porque o Secretariado de Ação Social da Arquidiocese de Porto Alegre, entidade que, com muita honra, eu presido, tem uma parte daquela área, que hoje é de preservação. E a própria entidade não colocou empecilho nenhum, a área foi doada para a Prefeitura, pois é uma área de preservação ambiental.

Só que há um conflito lá entre os índios caingangues e a comunidade. No ano passado, a Casa fez um trabalho lá, por ocasião do conflito que houve com a SMAM. Os ânimos foram apaziguados. Mas quem leu os jornais, hoje, teve a oportunidade de ver matéria sobre o conflito. O conflito sempre houve, mas o meu medo, a preocupação da comunidade, minha cara Verª Margarete Moraes, é no sentido de que talvez esse conflito se torne de maior gravidade. Isso nós não queremos que aconteça. Sabemos que os índios foram os primeiros habitantes, temos que ter o maior respeito por eles, eu acho que o Morro do Osso pertence aos índios, mas pertence também à comunidade. E a Câmara Municipal fez um trabalho, juntamente com a Faculdade, com a Secretaria de Segurança, com o Secretário Kevin Krieger, com a Funai, com a SMAM - cada um deu a sua parcela de colaboração. E um grupo de Vereadores esteve visitando aquela área do Cantagalo, uma área nobre, uma área boa.

No meu modo de ver, porque eu sou uma pessoa também do Interior, acho que o Cantagalo é um lugar mais apropriado que o próprio Morro do Osso para os índios - Ver. Mario Fraga, que também conhece aquela região -, pois é um lugar maior, com água, com cipó, com mata nativa, com tudo aquilo que faz parte da sobrevivência do índio, mas não sei o que houve. Não quero prejulgar ninguém, acho que pessoas que se infiltram no meio dos índios talvez coloquem minhocas na cabeça dos índios, o que acaba causando esse atrito entre a comunidade e os índios.

Há poucos dias o publicitário Fedrizzi ficou duas horas como refém lá, e isso não é bom, acho que não faz bem nem para a comunidade nem para os próprios índios; talvez isso vire um conflito que leve a fatos mais graves, e não queremos que isso aconteça. Ainda não saiu a decisão federal, a liminar dizendo se aquela área pertence aos índios ou não, há esse conflito. O que queremos aqui é que ambas as partes usem o bom senso, e nós Vereadores também podemos colaborar para que não aconteçam coisas piores, pois os índios merecem respeito, como foi dito, e também a comunidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Exmo Sr. Presidente, Ver. Haroldo de Souza; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Vereadores de outros Municípios que nos brindam com suas presenças em nossa Câmara Municipal, primeiro gostaria de esclarecer que fiz alguns Pedidos de Licença para Tratamento de Interesse Particular, porque não acho correto me ausentar da Casa para resolver problemas políticos - não são pessoais -, relativos à minha eleição, à posse e ao meu mandato em Brasília, não acho correto me ausentar para resolvê-los recebendo desta Casa. Portanto, ausentei-me ontem para gravar um programa em São Paulo e, segunda-feira, me ausentarei desta Casa para participar da primeira reunião da Bancada eleita do meu Partido, que acontecerá em Brasília.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Vereadora, V. Exª pode faltar três Sessões.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Muito obrigada, Ver. João Dib. Muitas vezes nós temos que faltar pelo nosso trabalho com a comunidade de Porto Alegre, decorrente do mandato de Vereador. Compreendo que as faltas que são permitidas são para podermos cumprir o nosso mandato de Vereador de Porto Alegre, elas, de fato, são necessárias porque muitas vezes saímos para ter relação com a comunidade. Mas essas que são atinentes a outros temas, eu, sinceramente, não me sinto à vontade. Por isso venho fazendo de maneira sistemática e gostaria de esclarecer não só aos senhores, mas a todos os que nos assistem: não são faltas decorrentes de um descompromisso com esta Casa; muito pelo contrário, são pelo compromisso que tenho com a Casa e com a cidade de Porto Alegre.

Eu venho hoje a esta tribuna falar sobre um fato que teoricamente não tem relação com o Município de Porto Alegre, mas tem muita relação, sim, com Porto Alegre, com o nosso País e com o mundo inteiro, uma vez que se trata de uma das maiores derrotas que o Governo republicano de George Bush sofreu desde o seu início. O meu mandato sempre se pautou no sentido de que todos os espaços políticos, Verª Neuza Canabarro, têm que trazer o significado da guerra do Iraque, do Afeganistão, dos bombardeios ao Líbano, porque não se trata apenas de guerras por disputas ou para se fazer justiça, como em alguns outros momentos da humanidade que teoricamente vimos. Trata-se de guerras, Ver. João Antonio Dib, sem justificativas nenhuma; sem nenhuma justificativa cabível. Nenhuma guerra tem justificativa cabível, mas algumas, pelo menos, têm justificativas lógicas e não mentirosas.

Trata-se de guerras contra o povo árabe, contra o mundo árabe. Guerras exclusivamente em busca do petróleo, em busca da manutenção, feitas por um império que não se mantém mais economicamente, porque tem dívidas altíssimas, deve mais do que arrecada, gasta mais do que arrecada há algumas décadas, um império que sobrevive a partir de uma farsa chamada dólar, de uma farsa da economia mundial, que sobrevive a partir das especulações financeiras, da exploração dos povos do mundo inteiro e que, a partir dessa exploração econômica e social, da miséria dos povos, se mantém e tenta dominar, hegemonizar a política mundial.

Quando nós tratamos de um Governo como esse, Ver. Haroldo de Souza, do Governo Bush, nós temos, sim... A minha primeira manifestação nesta tribuna foi em 20 de janeiro de 2005, quando Bush tomou posse em função da sua reeleição, e nós dizíamos que, naquele momento, os brindes da comemoração seriam brindes de petróleo e de sangue, do sangue de mais de duzentos mil mortos no Iraque. Esse é o número oficial. Alguns institutos que lutam pelos Direitos Humanos já trabalham com 400 a 600 mil mortos, que na sua maioria são jovens, jovens que lutam pela defesa do seu país e contra a ocupação, como foi a ocupação do Brasil pelos portugueses, como foi a ocupação da América espanhola pelos espanhóis ou da Argélia pelos franceses. É contra isso que o povo iraquiano, que o povo do Líbano e que o povo afegão lutam.

E, nesta última semana, esse Governo, que sempre chamei... E uma vez causei polêmica porque estava com uma camiseta estampada com o Bush e uma suástica de Hitler, onde dizia: “Bush é o novo Hitler da humanidade!” Esse Governo sofreu a sua maior derrota nas últimas eleições para o Senado e para a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. E nós questionávamos como o povo legitimaria uma guerra facínora como aquela, mas, neste último final de semana e nas apurações que temos visto até hoje, o povo norte-americano disse “não” à Guerra do Iraque, disse “não” à tentativa permanente dos Estados Unidos, que já que não consegue mais economicamente, militarmente impor o seu império ao mundo. A derrota não foi pequena, a substituição do Secretário de Defesa norte-americano por outro ligado à CIA e não mais Rumsfeld significa a derrota acachapante da política de guerra.

Se V. Exª me permite, Ver. Haroldo de Souza, faço minhas as palavras não de um militante de esquerda, Ver. João Antonio Dib, mas de uma das responsáveis pela área de relações internacionais do Governo francês, que diz que a derrota de Bush é a derrota do império, a derrota de Bush é a derrota da América no mundo, mas é a vitória da América para todos os americanos, porque nós também somos América e nós cansamos de ouvir que a América é apenas o teórico e militar gigante do Norte. Nós queremos paz.

As eleições norte-americanas de domingo simbolizam o início da construção de um novo mundo, um mundo com paz, um mundo para os americanos do sul, do norte; para os libaneses, para os afegãos, para os iraquianos, para todos aqueles de diferentes religiões, mas que são iguais nos seus direitos, no seu direito de brasileiros, americanos, iraquianos, de seres humanos que querem ver o mundo desenvolvido, mas desenvolvido com direitos sociais para todos e com paz. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 5024/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 214/06, de autoria do Ver. Mario Fraga, que institui a Semana de Belém Novo, que se realizará, anualmente, no período que antecede o segundo domingo de setembro, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.

 

PROC. N. 5059/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 217/06, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que denomina Rua Paulo Mendes da Costa o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 2035, localizado no Bairro Mário Quintana. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 0073/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 014/05, de autoria dos Vereadores Dr. Goulart e Paulo Odone, que concede a Comenda Pedro Weingärtner  à Artista Plástica Maria Inês Rodrigues.

 

PROC. N. 2192/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 086/06, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que autoriza o Executivo Municipal a instituir o Estúdio Público de Música. Com Emenda nº 01.

 

PROC. 3677/06 - SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Luiz Braz, que institui percentual da renda líquida dos concursos de prognósticos administrados e geridos no âmbito do Município de Porto Alegre com receita destinada ao Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre - PREVIMPA -, institui o Fundo Municipal Especial de Previdência dos Servidores de Porto Alegre e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 015/06, de autoria do Ver. Adeli Sell.

 

PROC. N. 3732/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 014/06, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que inclui inciso IX e § 3º no art. 7º da Lei Complementar nº 197, de 21 de março de 1989, e alterações posteriores (ITBI), estabelecendo a não-incidência desse imposto na transmissão de bens imóveis adquiridos por meio de operações de arrendamento mercantil tributadas pelo ISSQN, quando o arrendatário fizer a opção de compra. Com Emenda nº 01.

 

PROC. N. 5046/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 048/06, que autoriza a desafetação e alienação dos imóveis da Rua Jacintho Godoy, nos 155, 167, 179 e 191; da Rua Xavier da Cunha, nº 933; da Estrada Retiro da Ponta Grossa, nº 3641; da Rua Eurípedes Monteiro Duarte, nº 61; da Rua Amoni, nº 55; da Rua Dea Coufal, nos 1275 e 1261; e Rua Correa Lima, nº 1239.Rua Correa Lima, nº 1239.

 

PROC. N. 5047/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXEUTIVO N. 010/06, que modifica os limites das Subunidades 01 e 02 da MZ 1 UEU 066 e altera o regime urbanístico para o terreno localizado à Av. Praia de Belas, nº 1100, criando a Subunidade 03, sede do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região e dá outras providências, de acordo com o disposto no inc. VI do art. 162 da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 5018/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 009/06, que cria o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre - COMDEPA, dispõe sobre Políticas dos Direitos das Pessoas com Deficiência e dá outras providências.

 

PROC. N. 5029/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 215/06, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Ministro Nelson Azevedo Jobim.

 

O SR. PRESIDENTE (Haroldo de Souza): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na Pauta há dois Projetos do Executivo. Um pede a desafetação e a alienação de imóveis em diferentes ruas da Cidade, traz as normas de ações das avaliações dos terrenos nos valores do ano passado, dizendo que serão atualizados no momento da licitação. São imóveis que não tem mais interesse para o Município. Agora, se o Município está desafetando, eu gostaria que na Exposição de Motivos constasse qual a destinação deles em determinado momento.

O segundo Projeto do Executivo pretende modificar índices que interessam ao Tribunal Regional do Trabalho. Ora, se é o Tribunal Regional do Trabalho, não há exploração imobiliária, não há especulação imobiliária, eu acho que esta Casa deve atender, porque parece que o problema é premente lá no Tribunal Regional do Trabalho.

O Ver. Mario Fraga - a fúria legiferante é uma coisa impressionante nesta Casa - quer instituir a Semana de Belém Novo, que se realizaria, anualmente, no período que antecede o segundo domingo de setembro, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Mas o Ver. Mario Fraga não se deu conta de que o segundo domingo de setembro pode ser o dia 08 de setembro, o que faz com que a Semana da Pátria se confunda com a semana que ele pretende lá para Belém Novo. É melhor passar para o terceiro domingo, aí não vai dar confusão nenhuma!

A Verª Maristela Maffei está autorizando o Executivo Municipal a instituir um Estúdio Público de Música. O Executivo não precisa dessa autorização; desde que ele deseje fazer, ele o fará. Mas, alertada pela Procuradoria de que havia o problema, a nobre Verª Maristela Maffei sugeriu, numa Emenda sua, que fosse retirado o art. 3º. A lei só tem três artigos, e o art. 3º diz que essa lei entra em vigor na data da sua publicação. Então, não valeu, foi só a pressa de fazer a lei. Eu acho que um bom Pedido de Providências, uma conversa lá no Executivo, deve ser muito mais interessante, vai atingir muito mais rapidamente o objetivo, que, sem dúvida nenhuma, é válido. Um Estúdio Público de Música é importante. Quanta gente quer aprender música e não tem a mínima condição. Assim como o Atelier Livre, dentre várias outras coisas que tem a Secretaria da Cultura, o Estúdio do Município ficaria à disposição dos munícipes menos aquinhoados.

O Ver. Adeli e o Ver. Luiz Braz disputam aqui, respectivamente, um Projeto e um Substitutivo, para que seja destinado um percentual de 5% da renda líquida dos concursos de prognósticos administrados e geridos no âmbito do Município de Porto Alegre ao Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município, instituindo o Fundo Municipal e Especial de Previdência dos Servidores de Porto Alegre.

Sr. Presidente, é com profunda tristeza que eu leio este Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 015/06, de autoria do Ver. Adeli Sell, com o Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Luiz Braz. Nada contra o Projeto de Lei em si, mas nós vivemos num País em que o jogo é proibido, mas se joga pela manhã, à tarde e à noite, ou seja, toda a manhã, toda a tarde e toda a noite. E há uma regra que o meu pai me ensinava: quem joga por necessidade, perde por obrigação. Os que mais jogam nesses jogos terríveis do Governo e agora também dos bancos são aqueles que mais necessitam. E quem joga por necessidade, perde por obrigação. É triste ver um País, da grandeza do nosso querido Brasil, depender de jogos: quinas, futebol, quadras. É muito jogo para tão pouca gente. É muito dinheiro colocado no jogo, sem contar o famoso jogo do bicho, que, de repente, também serve para fazer dossiês incríveis. Era melhor ter menos jogos e dar muito mais trabalho para a população. Insisto: quem joga por necessidade, perde por obrigação. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo Presidente, Ver. Dr. Goulart, na pessoa de V. Exª quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa. Falo desta tribuna hoje no tempo de Liderança do meu Partido, o PDT, por um acordo de rodízio que nós temos entre os Vereadores Dr. Goulart, Nereu d’Ávila, Neuza Canabarro, Ervino Besson e Mario Fraga.

Inicialmente, gostaria só de fazer um breve encaminhamento com relação ao que foi mencionado pela Verª Margarete, que diz respeito ao Projeto de Lei que instituiu, no Município de Porto Alegre, o Estatuto da Juventude. Queria dizer, Vereadora, que esse Projeto de Lei objetiva servir de ferramenta, como um balizador, um orientador de políticas públicas a serem instituídas no Município, não objetiva trazer algum tipo de obrigação, não é um Projeto de Lei trazendo alguma obrigação, algum dever ao Poder Executivo, é, sim, uma ferramenta, para que se possa abalizar, para ser utilizada como um norte para as políticas públicas a serem implementadas em Porto Alegre, via a Secretaria Municipal de Juventude, que é, obviamente, um novo instrumento criado por este Governo, que, realmente, tem o compromisso e se preocupa com o jovem e que, por isso, criou a Secretaria Municipal de Juventude. Nós não poderíamos nos furtar de participar desse debate. Esse foi o intuito que nos levou a protocolar e aprovar nesta Casa o Estatuto da Juventude - para esclarecimento.

Com relação à intervenção da Verª Manuela d’Ávila, queria me somar à Vereadora, porque realmente entendo que essas políticas que vêm sendo adotadas pelo Governo Bush têm sido muito danosas ao conjunto da cidadania em nível global, fundamentalmente quando o que se diz não é o que se prega. E nós vimos recentemente ser aprovada nos Estados Unidos, no Parlamento, uma autorização para a construção de um muro, de uma cerca na divisa fronteiriça com o México. Então, fala-se em NAFTA, fala-se em ALCA, fala-se, enfim, em direitos, em democracia, justificam-se guerras em torno de temas como esse, e, em realidade, nós vemos ali, junto a esse Governo, a construção de mais muro separando povos, separando os mexicanos dos americanos. Queria me somar à Verª Manuela no que diz respeito a essa conduta condenável do Governo Bush.

No tempo de Liderança, gostaria de dizer que o nosso Partido sai dessa eleição de peito estufado, de cabeça erguida, porque, realmente, conquistamos mais de cinco por cento dos votos da população brasileira, ou seja, mais de cinco em cada cem brasileiros acreditaram nas propostas do nosso Partido. Nós fizemos uma Bancada de 24 Deputados Federais, elegemos Deputados Federais, Verª Neuza, em 18 Estados da Federação; conquistamos e conseguimos vencer em dois Estados, somos Governo hoje no Amapá e no Maranhão e não só vencemos nesses dois Estado como também, no Estado de Pernambuco, somos hoje Vice-Governo.

O PDT, apesar de todas as dificuldades - o nosso Partido não é Governo, o nosso Partido não está envolvido com “mensalão”, com “sanguessugas”, nós não temos uma grande estrutura financeira -, é um Partido que caminha carregando a bandeira da ideologia em que nós acreditamos, fundamentalmente calcada na bandeira da educação, e conseguimos vencer. Hoje estamos figurando entre os sete maiores Partidos; aqui no Sul, fizemos uma Bancada de sete Deputados Estaduais, três Deputados Federais. O nosso Partido, realmente, tem ainda muito a contribuir com a sociedade brasileira, a sociedade gaúcha, a sociedade porto-alegrense, temos certeza de que esta é a ferramenta que nós tanto defendemos, que é a educação, é a única maneira de contribuir para que possamos libertar o nosso povo, vamos continuar batendo nisso. Aqui eu quero também registrar o nosso reconhecimento ao trabalho do Senador Cristovam Buarque, que tão bem enfatizou, durante o primeiro turno, esse tema.

Quero dizer que nós vamos seguir caminhando, firme, rumo à independência do nosso povo, tanto em nível municipal, como em nível estadual, como em nível nacional, porque fomos reconhecidos, e a nossa bandeira está aprovada e garantida pelo voto do povo brasileiro. Se existia a cláusula de barreira, e ela foi uma cláusula impeditiva para a continuação de alguns Partidos políticos, o nosso Partido continua firme e está mantido, porque ainda uma parcela importante da população acredita nas propostas, nas idéias, no programa e nas bandeiras que nós carregamos.

Então fica aqui o reconhecimento a todos aqueles companheiros e companheiras, candidatos que se elegeram, que não se elegeram, militantes, dirigentes, filiados, amigos e simpatizantes que conseguiram fazer dessa eleição uma grande conquista para o nosso Partido, que segue firme defendendo aquilo que acredita. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O campeão internacional de skate é brasileiro. É gaúcho! E ele está entre nós! O jovem Guilherme Magrinelli Gonçalves, o Gnomo, a quem peço uma saudação. (Palmas.)

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar quero esclarecer ao Ver. Márcio Bins Ely que eu sou favorável ao seu Projeto, o do Estatuto da Juventude. Referi-me precisamente à falta de eqüidade, à falta de justiça e à falta de coerência da Comissão de Constituição e Justiça desta Casa; não sou contra o Projeto do Ver. Márcio Bins Ely.

Nós estamos em discussão preliminar de Pauta, e há mais de dez Projetos em discussão. Eu quero citar em 2ª Sessão o Projeto dos Vereadores Dr. Goulart e Paulo Odone, Projeto que concede a Comenda Pedro Weingartner à artista plástica Maria Inês Rodrigues. Cumprimento os Vereadores por essa iniciativa, dizendo que Maria Inês Rodrigues é uma artista de verdade. Eu fico um pouco chateada quando os Vereadores não têm um critério muito sólido para dar esses prêmios, mas ela é uma grande artista da nossa Cidade, já teve a sua obra registrada em um livro, em um catálogo financiado pelo Funproarte; portanto, parabéns.

E quero registrar um Projeto de Lei de autoria da Verª Maristela Maffei, que autoriza o Executivo Municipal a instituir o Estúdio Público de Música, com Emenda nº 01. Nós fazíamos o Festival de Música de Porto Alegre, em que os jovens talentos tinham a oportunidade, Verª Maristela Maffei, de se apresentar, e a senhora sempre prestigiou esse evento na Lomba do Pinheiro e em outros pontos da Cidade. Além de se apresentar um trabalho inédito de concorrer com os seus pares, os 16 classificados na região depois se apresentavam no Auditório Araújo Vianna, e, na Semana de Porto Alegre, eles recebiam um CD com essas 16 músicas registradas. Hoje não há mais essa oportunidade, e, para o artista jovem, é muito importante a entrada no mercado de trabalho com um portfolio, com um CD, para que ele possa mostrar qual é a qualidade da sua música, porque uma música nós não defendemos com discurso, nós defendemos ou contrariamos ouvindo o trabalho. Portanto, é muito importante a criação de um Estúdio que possa editar os CDs, possa registrá-los. Isso inclusive fazia parte das propostas do Sr. Luiz Eduardo Guimarães, em relação a um trabalho com as periferias da Cidade em termos de auto-estima, em termos de oficinas, para que possam ser desenvolvidos os talentos locais.

Por fim, eu queria me referir a um Projeto de Lei Complementar do Executivo que cria o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre, que disporá sobre políticas dos direitos das pessoas com deficiência e dá outras providências. Também concordando que, se existe uma Secretaria ligada aos direitos das pessoas com deficiência em Porto Alegre, essa Secretaria, necessariamente, tem que ter estrutura, tem que ter orçamento, tem que ter políticas, linhas de ações, tem que ter ações, tem que ter um Conselho. O Conselho será formado por representantes da sociedade, por especialistas nessa área, que vão contribuir, que vão enriquecer com novas idéias, novas sugestões e que também vão corrigir possíveis erros, porque é normal que se cometam erros na Administração Pública.

Era sobre esses Projetos que eu gostaria de falar, Ver. Dr. Goulart. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Goulart, Presidente, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa. Público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores, venho a esta tribuna hoje e gostaria de mencionar dois Projetos que estão tramitando.

O primeiro deles, em 1ª Sessão, é o PLL n° 214/06, de autoria do Ver. Mario Fraga, Vereador da Bancada do meu Partido. O Projeto institui a Semana de Belém Novo, que se realizará anualmente no período que antecede o segundo domingo de setembro, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, com Emenda n° 01.

Primeiramente eu queria cumprimentar o Ver. Mario Fraga por essa iniciativa. Nós sabemos e reconhecemos o trabalho e a liderança que o Vereador tem no extremo-sul da nossa Cidade, e é uma justa homenagem que o Vereador presta à comunidade de Belém com esse Projeto de Lei, que também foi mencionado pelo Ver. João Dib no período de Pauta, e que pode certamente estar sendo melhor encaminhado com Emenda ou com um Substitutivo, enfim. Registro os meus cumprimentos, porque sei da liderança, do empenho, da responsabilidade com que esse Vereador da nossa Bancada, o Ver. Mario Fraga, vem desempenhando o seu trabalho junto à comunidade do extremo-sul da nossa Capital.

Sr. Presidente, também faço referência a um Projeto de Lei que acho muito importante e que se encontra em 3ª Sessão de Pauta. É o PLCE n° 009/06, que cria o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre - o Comdepa - e dispõe sobre Políticas dos Direitos das Pessoas com Deficiência e dá outras providências. Inicialmente eu gostaria de fazer uma reflexão aqui. Eu tive oportunidade de, na semana passada, também estar debatendo esse Projeto. Entendo de extrema importância para o nosso Município iniciativas como essas que vêm sendo conduzidas e apresentadas pelo Poder Executivo, percebemos que o Prefeito Fogaça empenha o seu compromisso com as pessoas portadoras de deficiência quando criou no seu Governo a Secretaria de Acessibilidade. Aqui quero registrar o meu reconhecimento pela maneira séria, responsável e humilde com que o Secretário Tarcízio vem conduzido essa Secretaria, frente às inúmeras dificuldades que existem no que diz respeito às pessoas portadoras de deficiência. Fica marcado o compromisso que este Governo tem com a causa das pessoas portadoras de deficiência.

Está aqui o Ver. Luiz Braz, que sabe do trabalho que nós desenvolvemos no Lar Santo Antônio dos Excepcionais. Tivemos, na semana passada, a eleição no Lar Santo Antônio, Ver. Luiz Braz. Tive a oportunidade de estar me reconduzindo para o Conselho e realmente tenho empenhado muitas das minhas ações no sentido de colaborar com o tema das pessoas portadoras de deficiência. A esposa do Ver. João Dib foi eleita para dirigir a entidade, e nós sabemos que realmente é muito importante que ações não só do Poder Público Municipal, mas do Poder Público Estadual e Federal sejam empreendidas nessa área tão carente como a área das pessoas portadoras de deficiência.

Então, eu gostaria de me somar aos demais Pares desta Casa, Verª Neuza, Ver. Ervino, porque realmente o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre - Comdepa - terá, sim, muito a contribuir, porque será uma ferramenta de debate, uma ferramenta de discussão entre as associações, as agremiações, as ONGs que estão reunidas em torno dos institutos, em torno desse tema, desse debate, que acolhem pessoas portadoras, que tomam iniciativas a respeito das pessoas portadoras. Essas entidades vão estar reunidas para trazer novos subsídios, para trazer novas propostas, para trazer encaminhamentos ao Poder Executivo, para que este, através da Secretaria de Acessibilidade e através dos seus órgãos, dos seus mecanismos e desse que tem sido um norte do Governo, que é o princípio da transversalidade entre as Secretarias, possa estar implementando em Porto Alegre políticas públicas com mais eficiência, com mais eficácia para as pessoas portadoras. É um trabalho que já vem sendo feito, e bem feito, poderá ainda estar sendo feito de maneira melhor, com mais subsídios, com mais debate, com mais discussão através dessa iniciativa, que é a criação desse Conselho. Fica o registro no debate da Pauta de hoje das nossas considerações a respeito desse tema. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente desta Casa, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, em Pauta vamos falar do Projeto de nossa autoria que busca estabelecer um critério mais justo para aqueles que fazem o arrendamento mercantil, mais conhecido como leasing, especialmente o leasing imobiliário.

A prática do leasing é antiga e é do dia-a-dia de todos nós, mas, mais do leasing de bens móveis, isso quer dizer automóvel, computador, máquinas, equipamentos, enfim. E o leasing imobiliário, apesar de estar autorizado, é muito pouco praticado, porque infelizmente os órgãos que deveriam preparar-se para colaborar com uma implementação desse sistema não se preparam; e isso acontece não só aqui em Porto Alegre, mas quase no Brasil inteiro.

Há a prática, no leasing imobiliário, da bitributação do ITBI. Em outras palavras é o seguinte: quando alguém adquire um bem através do arrendamento mercantil, que é uma locação, ele tem a opção de, no final do contrato, pagar o resíduo, ou pagar o resíduo ainda parceladamente, durante o cumprimento do contrato, e, no final, ter esse bem. Ocorre que o bem vai, primeiramente, para o nome do banco que financia; logo, nós sabemos que, em toda transferência da propriedade imobiliária, há incidência do ITBI - Imposto de Transmissão de Bens Imóveis -, mais as taxas complementares. Depois, no final desse contrato, quando o arrendatário fizer a opção, se ele vir a fazer a opção para ficar com o bem pagando o resíduo, caso ainda não tenha pago, ele terá de pagar novamente o ITBI. É uma prática que, em primeiro lugar, nós não enxergamos como algo justo nem entendemos que há dois fatos geradores. Para nós é um único fato gerador, porque é um único negócio; o resto do resíduo é uma mera complementação do negócio para a confirmação da propriedade.

Então, o Projeto busca tirar essa segunda incidência do ITBI, caso o arrendatário opte por ficar com o imóvel. Com isso vamos estar incentivando os profissionais liberais, as empresas; milhares delas têm as suas sedes através de uma locação imobiliária. Ora, quem paga um aluguel de 500 reais, ou até mil reais, dois mil reais, enfim, poderá perfeitamente - e isso é possível -, em vez de pagar um aluguel simples, pagar um arrendamento mercantil e, no final do contrato, pagar o resíduo e ficar com esse bem.

É por isso que nós estamos pleiteando terminar com essa bitributação, essa dupla incidência do ITBI, estamos debatendo esse assunto. Se os bancos têm interesse em fazer leasing de um computador, de um automóvel, muito mais interesse vão ter em fazer leasing de um imóvel, até porque é um valor maior e é uma garantia com muito mais solidez, já que há uma garantia mais consistente num bem imobiliário. Parece-nos que só falta, da parte da Fazenda Municipal, proporcionar alguma coisa que dê mais condições, facilitando e não onerando aqueles que, por ventura, venham a optar por esse sistema de locação que é o arrendamento mercantil.

Por isso eu peço o apoio dos Pares desta Casa e eu estou à disposição para debater o assunto. Para os Vereadores que entenderem que deva o Projeto receber as devidas Emendas, o Projeto está à disposição, assim como eu, até para o debate. Obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Vereador-Presidente, Dr. Goulart, eu venho a este microfone perguntar à Presidência se V. Exª já obteve retorno do Ofício que fizemos, ainda no ano passado, pedindo que, no espelho da Casa, também sejam nominados os recursos do Governo do Estado que foram repassados a este Município para a Saúde. Porque nós temos recebido, diariamente, o da União, e não podemos saber quanto, quais, de onde vem e para onde vai o recurso do Estado para a Saúde.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Eu lembro de que V. Exª fez isso. Extra-oficialmente, que eu saiba, o Estado não está mandando recursos para o Município. Mas, em todo caso, vou pedir à nossa Assessoria Legislativa que responda oficialmente o seu pedido.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero me manifestar sobre dois Projetos que estão no período de Pauta no dia de hoje, dois Projetos do Executivo.

O primeiro deles é o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 010/06, que modifica os limites das Subunidades 01 e 02 e altera o regime urbanístico para o terreno localizado na Av. Praia de Belas, sobre o qual o Ver. João Dib já fez referência, o Projeto certamente receberá acordo nesta Casa.

O que eu gostaria de lembrar e relembrar é que essa discussão da redistribuição dos limites de subunidades é uma discussão que nós precisamos fazer em relação ao todo da Cidade, Verª Neuza Canabarro. Há uns três anos, na Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, nós recebemos várias comunidades da Cidade de Porto Alegre preocupadas com os limites colocados na atual distribuição de bairros na Cidade de Porto Alegre e, conseqüentemente, das subunidades que estão estabelecidas. Acho que esta Casa precisa de fato constituir um grupo de trabalho que possa verificar o que está ocorrendo, porque esse Projeto vai e volta, fica nas Comissões e acaba não havendo uma solução, uma proposta que possa estar respondendo à sociedade de Porto Alegre no que diz respeito à deliberação das unidades e subunidades de limites, de bairros na Cidade de Porto Alegre.

Queria também me manifestar a respeito do Projeto de Lei Complementar do Executivo que cria o Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Porto Alegre, dispõem sobre as Políticas de Direito das Pessoas com Deficiências e dá outras Providências. Queria lembrar que esta Casa teve um papel extremamente importante quando constituiu uma Comissão Especial, no ano passado, sob a presença do Ver. Aldacir Oliboni e da Verª Neuza Canabarro. A Comissão fez um amplo debate com a sociedade que resultou num Relatório indicando necessária a criação de um Conselho Municipal que pudesse estar deliberando sobre a política como um todo, assim como em todos os demais conselhos na Cidade de Porto Alegre - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal da Assistência Social, Conselho Municipal da Saúde, com todos os Conselhos. Porto Alegre tem uma trajetória histórica de participação dos seus conselhos, do Orçamento Participativo, de participação popular. Esta Casa, inclusive, teve a coragem de implementar uma Comissão Especial e fazer um Relatório deliberando sobre todas as questões abordadas, mas, sobretudo, da necessidade de criação desse Conselho Municipal.

Está chegando à Casa, finalmente, o Projeto, acredito que com um pouco de atraso, mas a Comissão trabalhou muito bem nos seus três meses, como regimentalmente poderia fazer, e encaminhou, no ano passado, essa solicitação, que agora está chegando através desse Projeto do Executivo - antes tarde do que nunca. Vamos nos debruçar sobre esse Projeto o mais rápido possível, e, com certeza, ele receberá a aprovação de todos os Vereadores e Vereadoras desta Casa, uma vez que a Comissão Especial já deliberou, já discutiu e tem também o Parecer favorável. Obrigada, Sr. Presidente.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos que nos assistem aqui e também através da TVCâmara, em primeiro lugar quero aproveitar este momento de Liderança para cumprimentar a PUC pelos seus 58 anos, uma universidade extremamente importante no nosso Estado, que já formou mais de cem mil profissionais e tem no seu campus 27 mil estudantes de graduação, 3.500 alunos de pós-graduação e 1.800 funcionários. Deixo a nossa saudação e o desejo de continuidade, somando os votos do Ver. João Antonio Dib também.

Queríamos, em segundo lugar, referir-nos, Verª Maristela Maffei, ao Decreto recém-assinado pelo Presidente Lula, no final de outubro, estabelecendo a coleta seletiva em todos os órgãos federais. Serão 17 mil caixas colocadas nos Ministérios, Secretarias, em todo o País, para permitir a coleta seletiva, e esse material reciclável será repassado para cooperativas e associações de catadores, que têm isso como a sua única fonte alternativa. Além disso, o Presidente está criando linhas de financiamento do BNDS com esse fim, e pretende-se ter uma geração de 39 mil postos de trabalho, o que é um exemplo extremamente importante. Está havendo um debate também na Cidade sobre o trabalho dos catadores na Cidade, sobre o uso de carroças. E nós temos de nos orientar por esse rumo de inclusão social do Governo Federal.

Queríamos chamar a atenção principalmente para os representantes do Governo Municipal de que o Ministério das Cidades já colocou em disponibilização o Termo de Adesão para Municípios, também para os Estados, para o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social. Somente as Prefeituras que aderirem a esse Termo terão possibilidade de acessar os recursos do Fundo Nacional de Habitação e Interesse Social, muitos deles a fundo perdido. Claro que, até o final de 2007, terão que criar o seu fundo municipal de habitação de interesse social, terão que criar o seu conselho gestor e terão que criar um plano municipal ou estadual para habitações de interesse social.

Queríamos também, com júbilo, fazer referência ao Relatório do FMI: o número de pobres no Brasil era de 28%, Ver. José Ismael Heinen, em 2003 e caiu para 23% em 2005, ou seja, houve uma redução, Ver. Aldacir Oliboni, de 18% da pobreza neste País em apenas dois anos. Aqui está a explicação da grande vitória de Lula nessas eleições. Mas mais do que isso: a renda dos 50% mais pobres aumentou em um ritmo igual ao dobro do ritmo do aumento da renda dos 10% mais ricos, ou seja, depois de anos de neoliberalismo - daquela visão de que a diferença é que causa o progresso no Brasil -, os mais pobres começam a ascender na sua renda. Também registro em relação a essa pesquisa do FMI a diminuição do desemprego.

Quero registrar, com júbilo para o PCdoB, Ver. Elói Guimarães, que no próximo dia 12 de novembro, domingo, e dia 13 de novembro, segunda-feira, pela primeira vez, o Brasil terá um Presidente comunista: o nosso camarada Aldo Rebelo assumirá a Presidência do Brasil por conta do afastamento do Presidente Lula, que, se não me engano, fará uma viagem à Venezuela, e da licença do Vice-Presidente da República, José Alencar. É um fato histórico em 502 anos do Brasil e mais de cento e tantos anos da República. Registramos o fato de que o Prefeito de Aracaju será, a partir de 1º de janeiro, também um comunista; Edvaldo Nogueira assumirá devido à eleição para o Governo do Estado do Prefeito Marcelo Déda, que será o Governador de Sergipe. Por fim, dentro dessas informações sobre os êxitos do PCdoB, inclusive na Presidência da República, quero dizer que o PCdoB foi o 5º Partido em votação nas candidaturas para o Senado Federal, com 7,5%, atrás somente do PT, do PMDB, do PSDB e PFL. É um registro importante de um Partido que é o mais antigo deste Brasil, e querem, através da cláusula de barreira, impedir a sua real existência, um Partido que tem o Presidente da República, tem inúmeros Prefeitos e foi o quinto mais votado para o Senado Federal. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, se V. Exª me permite, gostaria de passar às suas mãos o Relatório Social do Grupo Hospitalar Conceição, já que V. Exª me designou para representar oficialmente a Câmara. Lá estavam presentes, também, o Ver. Todeschini e o Ver. Guilherme Barbosa, que vai assumir no ano que vem. Passo, portanto, às suas mãos, para colocar à disposição - na Biblioteca ou no seu gabinete - de todos os Vereadores.

 

(Passa o Relatório Social do Grupo Hospitalar Conceição ao Sr. Presidente, Dr. Goulart.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr.Goulart): Muito obrigado, Ver. Adeli Sell. Sempre é de grande interesse receber um Relatório de gestão, um Relatório Social da Saúde, principalmente esse belo trabalho que o Grupo Hospitalar Conceição vem prestando ao Rio Grande do Sul, ao Sul do País. Muito obrigado, Ver. Adeli Sell.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

(O Ver. Mario Fraga assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mario Fraga; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que acompanha o Canal 16, inicialmente queria lembrar que a Pontifícia Universidade Católica está comemorando, nesta semana, 58 anos de existência, e o Hospital São Lucas comemora 30 anos de trabalho ligado ao social, no atendimento aos pacientes. Creio que nós devemos lembrar, é claro, das instituições que salvam muitas vidas e que, por outro lado, ajudam muito os estudantes a serem profissionais, a entrarem no mercado de trabalho e serem a grande solução para a nossa humanidade. É importante trazer - falando também em nome do Ver. Elói Guimarães, que sinaliza - os parabéns ao Hospital São Lucas nos seus 30 anos.

O que me traz aqui, Ver. João Antonio Dib, é a preocupação com o que saiu no jornal Diário Gaúcho. Se V. Exª puder observar, da sua tribuna, o que diz a manchete do jornal (Lê.): “Mutirão tira de uma fila e coloca em outra fila.” (Mostra a reportagem.) Mutirão tira de uma fila para colocar em outra fila - é o mutirão que o Governo Municipal fez ou está fazendo com relação às consultas. Recentemente, o Governo Municipal fez um mutirão de cirurgias, buscando recursos do Governo Federal. Agora tenta fazer um outro mutirão, buscando também recursos do Governo Federal, para poder amenizar as consultas que estão ou em excesso ou estão aguardando em função da enorme demanda de mercado não só de Porto Alegre, como também de todo o Estado do Rio Grande do Sul. Nós percebemos na matéria, muito bem elencada pelo Diário Gaúcho, que, quando esse cidadão é chamado e precisa de um especialista, ele vai para uma outra fila. E, segundo o cidadão que aqui fala, em relação a essa outra fila, já faz meses, e ele não foi contatado, ele não foi chamado, não sabe se vai fazer a cirurgia, se vai ser ou não atendido por um especialista. O que nos preocupa é exatamente isso. Quando se é oposição, diz-se que o paciente aguarda dois anos, três anos, para fazer cirurgia; quando se é Governo, fazem a mesma coisa, ou até pior. Por isso não dá para querer aqui ser o dono da verdade, quando os Governos não cumprem o que prometem numa campanha. Essa história de atender urgentemente, como o mutirão de consulta, e encaminhar para uma outra fila, e essa outra fila demorar mais dois anos para solucionar o seu problema, não passa de um engodo, não passa de uma promessa que, para o conjunto da população, é desagradável.

Nós, que somos da área da Saúde, ficamos envergonhados quando vemos isso, porque o cidadão que está lá na fila, seja numa emergência, ou num posto de saúde, ele, estando mal, não tem condições de esperar, ele precisa, urgentemente, ter um serviço humanizado. Nós percebemos hoje, olhando para a cara do cidadão, que ele não está bem, Ver. João Dib. E aqui o cidadão diz - o Jair dos Santos - que foi atendido de pé em frente a um balcão, e o médico nem olhou para ele. Imaginem, então, que tipo de humanização de serviços que nós temos na cidade de Porto Alegre. Nós precisamos, ao menos, ter a coragem de defender o profissional de saúde, que ele ganhe bem, que ele tenha condições de trabalho, mas que o paciente tenha o respeito e seja atendido com dignidade.

Eu peço desculpas por não poder dar aparte, Ver. João Dib, mas essas matérias dos jornais nos chocam - a nós, Vereadores -, chocam a sociedade, e nós fazemos um apelo para o conjunto do Governo, para que investigue isso, que não fique só na promessa ou só no discurso. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Fraga): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, de tanto conviver com aqueles que prometiam e não cumpriam, alguns Vereadores vão à tribuna dizer que continua tudo na mesma. Assim era o Orçamento Participativo, e as obras estão sendo feitas agora pelo Prefeito Fogaça; assim eram as consultas que ficaram por um, por dois e por mais anos esperando para serem realizadas, cirurgias, algumas simples, outras especializadas. E, quando esta Administração assumiu, o Dr. Pedro Gus, Secretário de Saúde, providenciou aquilo que foi chamado “mutirão da saúde”, e milhares de cirurgias foram realizadas, cirurgias que estavam sendo esperadas por muito e muito tempo, e o Presidente pode testemunhar melhor do que eu. Aconteceram as cirurgias, mas eram tantas, que houve um segundo mutirão e mais cirurgias foram realizadas.

De repente, é possível, eu não vou nunca brigar com a imprensa, porque eu não sou o dono da verdade. A melhor definição que eu li: “Imprensa é a pesquisa da verdade”. Então, eu acredito na imprensa: pesquisar a verdade. Encontraram um caso, ou 10 casos, ou 50 casos que passaram de uma fila para outra fila, mas foram atendidos. Se foram atendidos de pé, como diz o Ver. Aldacir Oliboni, eu lastimo. Eu gostaria que a pessoa fosse atendida com maior comodidade, mas, se foi atendida de pé, já é alguma coisa. Foi atendida. Antes, só ficava na promessa. Meses! No sistema de marcar consulta por telefone, muitas pessoas, quando recebiam a consulta ou a data da cirurgia, não podiam ler, porque já estavam no túmulo; não podiam ler, porque a vista já havia sido perdida; não podiam ler, porque não podiam segurar a carta com as mãos.

Não é mais a mesma coisa. Não é perfeito, absolutamente não é perfeito! Mas que é outro o atendimento da Saúde, eu não tenho dúvida nenhuma. Não sou como o Presidente Lula, que diz que o atendimento da Saúde no Brasil é perfeito, quase perfeito, é de Primeiro Mundo. Eu já vi a Saúde atendida no Primeiro Mundo, já fui hospitalizado na Inglaterra, vi como os ingleses eram atendidos. Claro que nós não atendemos assim. Também nós não temos o dinheiro que eles têm; também nós temos uma população maior do que a deles; também nós temos uma área muito maior do que a Inglaterra para cuidar com os parcos recursos que temos. Mas não dá para dizer que a Saúde não melhorou depois daqueles maquiavélicos que dirigiam a Saúde e apenas prometiam.

Esses mutirões foram feitos não só pela Prefeitura, não só pelo SUS, mas por médicos que humanamente deram a sua contribuição para que diminuísse o problema em Porto Alegre. Então não vale vir à tribuna, numa Comunicação de Líder, para mostrar um caso, o do Sr. Jair, que trocou de uma fila para outra. Ele esperava numa fila e não foi atendido. Levaram-no para outra fila, mas não disseram que na outra fila ele não foi atendido; talvez essa outra fila funcionasse com muito mais rapidez, e não era aquela fila de espera somente como acontecia sempre.

Portanto, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o atendimento da Saúde em Porto Alegre não é muito bom, mas o maior inimigo do bom é o ótimo. Por enquanto estamos com um atendimento bom e esperamos que a cada dia ele melhore mais, porque há pessoas responsáveis na Secretaria de Saúde, como é o Dr. Pedro Gus, e eu lembro de alguns Secretários que me deixavam muito preocupados. De qualquer forma, vamos insistir para que a Saúde seja melhor atendida em Porto Alegre. Não podemos deitar em berço esplêndido e dizer que está tudo bem; nós vamos continuar insistindo para que melhore. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, seria bom se o nosso câmera chegasse mais perto e focasse este jornal, o Diário Popular de ontem. (Exibe o documento.) (Lê.) “Sofá vira leito hospitalar.” Isso depois de inaugurada a nova Emergência do Grupo Hospitalar Conceição. Esta é uma das vergonhas da cidade de Porto Alegre. Então, eu queria dizer ao Ver. Aldacir Oliboni - uma das excelentes figuras da Bancada do Partido dos Trabalhadores, apenas às vezes tem alguns lapsos de memória, esqueceu-se de que, no fim do seu Governo de 16 anos, a parte médica da Saúde em Porto Alegre foi enfermeirizada - que o acúmulo confessado pela então Secretária era de 60 mil consultas, e “sentaram em cima” do pedido de CPI feito por este Vereador e pelo Ver. Dr. Goulart! E nós provamos por fato determinado, absolutamente determinado, tão determinado que um ano depois chegou aqui o Parecer da Desembargadora: havia um fato determinado!

Então, nós queremos só lhe refrescar a memória no sentido de que realmente o que derrotou o Partido dos Trabalhadores, o que tirou o Partido dos Trabalhadores, depois de 16 anos, do Paço Municipal foi, indiscutivelmente, a área da Saúde, porque os erros foram imensos, foram se acumulando, e o Postão da Vila do IAPI, que tinha 1.200 profissionais, acabou ficando, no final do mandato, com 90 profissionais! Não se sabia mais para onde mandar consultas médicas. Mais de 60 mil consultas atrasadas! Milhares e milhares de cirurgias, milhares e milhares de pessoas sem atendimento especializado, sem cirurgia, sem leito hospitalar! Evidentemente, herdamos uma tragédia, notadamente, na área da Saúde, nos setores primários, por não haver uma rede primária; no setor secundário, por haver um acúmulo assim de consultas e, no terciário, por falta de leito hospitalar.

Peço a cada um dos Vereadores que faça, de surpresa, uma visita às Emergências maiores de Porto Alegre, a do Hospital Conceição, a do Hospital de Clínicas... Faça essa visita, Professor Oliboni, certamente V. Exª vai ficar chocado com as cenas, cenas como esta aqui, Vereador. (Mostra jornal.) E vem o Ver. Oliboni falar mal ainda dos mutirão, que é, pelo menos, uma tentativa de fazer alguma coisa para reduzir exatamente isso que acontece e é documentado pelo jornal Diário Gaúcho.

Então, o gestor é o Partido dos Trabalhadores no Grupo Hospitalar Conceição, em que há Superintendência e Direção...

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Aldacir Oliboni.)

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Como que não? É um órgão direto do Ministério da Saúde! Aquela Saúde que o seu Presidente da República diz que é próxima à perfeição, Vereador! E V. Exª sabe que isso é mentira, e é uma mentira grosseira! Ou nós não temos consciência de que o sistema de Saúde de Porto Alegre há muitos anos faliu?! Há muitos anos ele presta milhares de serviços e também desserviços à população.

Vereador, houve episódios que beiraram ao ridículo, ao tragicômico, numa área em que, de repente, o Secretário era convidado a se demitir, como já vimos várias vezes, tanto na área municipal quanto na área estadual. Nós vimos várias vezes, por exemplo, o nosso colega aqui, o Ver. Henrique Fontana: de repente ele não era mais Secretário. Por que será, não é? Por que será que essas coisas ocorriam? De repente, o Dr. Joaquim Kliemann não era mais Secretário, e nós não sabíamos por que, ninguém ficava sabendo de nada. De repente, as coisas explodiam, e a Saúde em Porto Alegre, cada vez mais... A Verª Neuza Canabarro sabe sobre o que eu estou me referindo, porque viveu e vive intensamente isso.

Atualmente a Saúde está em condições ainda muito longe do ideal - eu não concordo, inclusive, com muitos pontos da gestão -; agora, quanto ao que nós recebemos de herança, quanto ao que se fez com a Saúde em Porto Alegre, ao que se fez “sentando em cima” de um pedido de CPI, um ano depois apareceu um Parecer de uma Desembargadora dizendo que tinha que ter saído a CPI, quando já havia terminado, inclusive, o ano legislativo...! Sempre essa área esteve um caos, Vereador, mais do que um caos! Foi uma das vergonheiras do seu Partido durante 16 anos, que culminou com o final mais melancólico que já se viu. Agora, então, fica muito difícil! Mesmo nós não querendo nivelar por baixo, V. Exª tem que explicar e dizer que isso não é do gestor! É uma questão, inclusive, acima da gestão, que é a Superintendência do serviço federal! Não é do Município o serviço!

Então, eu digo que não está bem a gestão, mas só que V. Exª, em vez de fazer esse tipo de crítica... Porque ela é eleitoreira, ela é ridícula, ela é exploradora apenas no aspecto ideológico, quando estamos lidando com uma outra coisa mil vezes mais importante, Vereador, médico, Dr. Goulart, Presidente desta Casa, uma coisa mil vezes mais importante do que qualquer discussão política, que é, indiscutivelmente, o interesse dos pacientes e não de um Partido. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, amigos que nos acompanham em casa, eu vou fazer um exercício, vou ficar com a minha consciência tranqüila. Nós fazemos reuniões, o Governo, a oposição, e sai um material destes. (Mostra o documento.) Aqui está escrito (Lê.): “Proposta de votação para a Sessão do dia 09 de novembro”. São 16h46min, e como não vai sair, de novo, a Ordem do Dia... Se sair, não há nenhum problema, poderão ser 21h, mas eu vou fazer um exercício aqui.

O Projeto de Resolução nº 125/05, da Verª Maria Celeste, faz alterações posteriores, criando critérios para a utilização da tribuna por ocasião do Grande Expediente e do Comparecimento de autoridades. Trabalho de casa. Estou votando “sim”!

Temos o Projeto de Lei Complementar nº 10/03, do Ver. Aldacir Oliboni, com Emenda nº 1, sobre Área de Interesse Recreativo e Desportivo. Bom Projeto! Estou votando “sim”. Estou adiantando o meu serviço, estou avisando! Depois, outro dia, não preciso ficar ouvindo o que vocês publicaram, numa boa, porque já estudei esses Projetos todos! Todos vocês já os estudaram! Hoje, aqui, nós já resolvemos o problema do Iraque, já resolvemos o problema dos Estados Unidos, já resolvemos o problema de tudo quanto é lugar, só não resolvemos o problema dos carroceiros, não resolvemos o problema dos bares, meu querido Ver. Brasinha. Deixem-me ir em frente.

Há mais dois Projetos aqui. O de nº 111, do Ver. João Antonio Dib, faz alterações no Regimento da Casa - Projeto econômico, polêmico, que não pode ser analisado num dia só. Então, não pode ser hoje. Esse aqui eu vou ter de estudar, porque vai mexer nas finanças do Município e mexe com a governança, aquela história do Vereador-Secretário. Esse aí eu ainda estou em dúvida.

O Projeto de Lei do Legislativo, de autoria da Verª Manuela d’Ávila, refere-se a um Programa Municipal de Albergues para a mulher vítima de violência. Estou votando “sim”, depois, vou esperar para ver se funciona.

Temos o Projeto nº 132, da Verª Sofia Cavedon, que regulamenta o funcionamento das audiências públicas convocadas pelas Comissões Permanentes e temporárias, etc. e tal. Polêmico, também. Discussão... Só há dois que eu não consegui votar.

Em discussão geral e votação, de autoria de Claudio Sebenelo, Projeto que dispõe sobre a proteção do idoso e dá outras providências. O Fogaça preferiu a Secretaria da Juventude, em vez da Secretaria do Idoso, que eu havia pedido primeiro, mas eu não estava no conluio, na observação da montagem da máquina governamental... Esse negócio de cargos que existe por aí eu não entendo direitinho como é que é, mas um dia eu ainda vou aprender. Então, esse é um Projeto que tem de ser atendido, pois, pelo menos, minimiza os problemas dos idosos.

O Projeto do Ver. Claudio Sebenelo concede o Prêmio Mário Rigatto. Prêmio não se discute, concede-se.

O Projeto de Emenda à Lei Orgânica, da Verª Maria Celeste, modifica prazos para o encaminhamento de Projetos - coisa aqui de dentro de Casa, Projeto simples, bonito. Estou votando “sim”.

O Projeto de Lei do Legislativo nº 032/05, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, institui a obrigatoriedade do uso da mistura óleo diesel/biodiesel B2 para os veículos da frota municipal. Acho muito complicado para a bolinha do Vereador.

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Não estou falando contigo, não grite comigo! Que história é essa, rapaz?! Depois eu vou aí, e vai ser aquela palhaçada de sempre: os seguranças em volta, e nós bancando os palhaços. Não amola, vai procurar a tua turma!

Há o Projeto de Lei do Executivo nº 001/03, denominando Praça de Jorge Donário Machado. Voto “sim”.

O Projeto do Ver. Elias Vidal institui, no Município de Porto Alegre, a Semana do Mutirão de Natal. Mais um mutirão; já que não se faz sério, faz-se um mutirão para amenizar. Igual àquele negócio do Bolsa Família, que só ameniza, mas não resolve. Mas voto “sim”.

O Projeto de Lei do Executivo nº 028/06 autoriza a desafetação, pelo Executivo, de próprios municipais, voto “sim”. O Prefeito deve saber o que está fazendo.

Temos o Projeto da Verª Mônica Leal que institui o Programa de Incentivo ao Uso de Energia Solar. Beleza, ótimo Projeto. Estou votando “sim”.

O Projeto do Ver. Alceu Brasinha altera Lei Complementar e dispõe sobre os horários de bares da Cidade. Vamos votar o mais rápido possível, porque nós não podemos chegar no final do ano com todos esses Projetos, que envolvem a cidade de Porto Alegre. Por exemplo, o Pronto Socorro Municipal 2: não, não há possibilidade; Secretaria do Idoso: não é possível; melhoria na Saúde: também não é possível. Agora, resolver o problema do Iraque, dos Estados Unidos; falarmos aqui do Hugo Chávez - é um bestinha esse Hugo Chávez, mas, tudo bem -, do Evo Morales...

Eu queria saudar hoje as Forças Armadas: Exército, Aeronáutica e Marinha. Elas estão participando, no Estado, em conjunto com os Estados do Sul, da Operação Pampa - vejam que bonito o nome da operação -, que é o treinamento da Aeronáutica, do Exército e da Marinha.

Apesar de todas as dificuldades das Forças Armadas, eles conseguem fazer grandes manobras, e nós temos condições de, pelo menos, nos defender do Evo Morales, mas, para isso, “nós precisamos ter aquilo roxo também.” Muito obrigado e boa-tarde.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Eu queria fazer um esclarecimento, porque eu fiz uma cobrança à Liderança do Governo sobre o repasse dos recursos para o pagamento de 300 professores do Pró-Jovem e fui informado de que isso foi pago ontem, falei também que havia um problema de uma ação contra a Secretaria da Fazenda. Então, eu me dou por satisfeito com a resposta do Governo.

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado. Está esclarecido.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras. Obrigado, Ver. Todeschini, acho que, realmente, política se faz da forma como V. Exª fez agora: trouxe o problema, como o problema já estava resolvido - e V. Exª sabia, porque foi ontem -, o Vereador fez a correção. Acho que é muito importante e quero o parabenizar por isso.

Há quarenta minutos, sai da Câmara e fui acompanhar o Prefeito no andamento das obras de drenagem na Rua da Gávea, no bairro Ipanema. Eu tinha visto aqui a Iole, que não se encontra mais, Presidenta da Associação dos Moradores do Bairro Ipanema. Essa obra que o Prefeito foi vistoriar hoje, já em fase de conclusão, é uma obra que está beneficiando mais de 16 mil pessoas do entorno. É um problema de alagamento, cada vez que chove de maneira intensa na cidade de Porto Alegre, aquela região, a Zona Sul, ali no Bairro Ipanema, como é no nível do rio, fica inundada, e os veículos não conseguem passar, tendo que, em vez de vir pela Av. Tramandaí, entrar pela Av. Cavalhada.

Essa obra, que é um investimento de 1 milhão e 56 mil reais, é uma antiga reivindicação dos moradores, uma demanda, inclusive, do Orçamento Participativo há mais de dez anos. E agora o Prefeito, de forma incisiva, sabendo da necessidade e constatando no local as diversas dificuldades, resolveu enfrentar essa obra. Quero dizer que serão 371 metros de galerias, galerias de 2 metros por 1,65 metros, portanto vai haver uma vazão tranqüila em relação ao escoamento de água naquela região, e junto vai ser desobstruída toda questão do arroio Capivara, que é uma discussão que se tem no bairro de Ipanema, no bairro Cavalhada, naquela região, desde o seu nascedouro. Então, nós queremos trazer de público que está em fase final essa obra, entendo que é uma grande obra, especificamente para a Zona Sul.

E ontem - e o Ver. Cássia já fez a sua manifestação também em cima disso, mas acho importante ressaltar, já que estamos usando o Tempo de Liderança do PPS, e o nosso Prefeito é do Partido - foi a inauguração da fase final da 3ª Perimetral. E é nesta visão: todo tempo se diz que o que se busca é a continuidade das ações. Nós temos ainda que evoluir muito nessas missões administrativas, missões políticas e, principalmente, entender as ações de forma construtiva, porque durante muitos anos se viu - às vezes, em algumas gestões, se vê - um processo de descontinuidade, ou seja, terminou um Governo e parece que é um novo ciclo e que tudo o que foi feito não era bom e, a partir dali, quer se reinventar a roda. Não, o Prefeito Fogaça está dando continuidade a todas as ações, e a 3ª Perimetral, sem sombra de dúvida, foi a grande obra na Legislatura passada. O que faltou, na realidade, foi a questão dos investimentos, coisa que, aos poucos, está sendo reconstruída, isso a partir de 2007 será feito.

Então, eu quero parabenizar o Vereador e Deputado a partir de 2007, Cassiá Carpes, que, logo que o Prefeito Fogaça tomou posse, assumiu a Secretaria Municipal de Obras e Viação, só saindo para concorrer. Então, é importante dizer que a Cidade continua no seu andamento de obras, mas eu queria fazer o registro dessa obra hoje, especificamente da Rua da Gávea, que vai desobstruir o arroio Capivara, beneficiando 16 mil pessoas da Zona Sul, aquelas que não vêm pela Av. Cavalhada, que vêm pelo entorno da região de Ipanema e arredores. Muito obrigado, Sr. Presidente, tínhamos que fazer esse registro.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas Vereadores, público que nos assiste, jornalistas, imprensa, TVCâmara, hoje para afirmar que a nossa Saúde está boa, que está mais ou menos, que está ótima, que é modelo no Brasil, no mínimo, precisa de um pouquinho de coragem... Sr. Presidente, dizer que a Saúde no Brasil está boa, que está pronta para ser exportada para o mundo é botar a miséria para o mundo. A nossa Saúde está muito longe de atender aos anseios daquele que mais precisa. Agora, dizer que é culpa do Governo Fogaça, não! É culpa de toda a governança do País: federal, estadual e municipal. Porque ela não está somente ruim aqui em Porto Alegre, está ruim em todo o Estado do Rio Grande do Sul, em todo o Brasil.

Agora, por que ela está mal? Nós não temos recursos suficientes para aquilo que nos propusemos a fazer àqueles que mais necessitam da Medicina, àqueles que necessitam de remédios. As nossas farmácias estão vazias, sem aqueles remédios gratuitos para os que precisam, para os transplantados, para os pobres do nosso Estado. Vazias, gente, por inadimplência do Estado! Por que o Estado está inadimplente? Por que o Estado prometeu essas benesses todas e não pode cumprir? Por uma simples razão, meu nobre Ver. Sebenelo, o desenvolvimento do País nas últimas duas décadas não foi o suficiente para termos recursos necessários para essa política que foi proposta. Nós avançamos numa burocracia imensa neste País, e não avançamos em desenvolvimento. Nós tivemos um crescimento pífio do PIB brasileiro nas últimas duas décadas. Se tivesse crescido mais 100% na sua média, teríamos o dobro dos recursos para a Saúde. Este é o problema brasileiro, este é o problema da Saúde no Brasil, este é o problema da Educação no Brasil, este é o problema da falta de emprego no Brasil: falta de desenvolvimento, de coragem para progredir, e não apenas para distribuir em troca de voto. Isso é sobre a Saúde, e, fora isso, não há milagre que se faça.

E da mesma forma tratam os nossos aposentados. Ontem o Governo conseguiu aprovar apenas 5% para os aposentados, retirou-se do plenário para negar os 16%!

 

(Manifestação anti-regimental do Ver. João Antonio Dib.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exatamente. Aposentados esses, Ver. Dib, que contribuíram a vida toda para ter direito à sua aposentadoria, desses é descontado. Agora, daqueles que nunca contribuíram, mas que recebem, desses não é descontado nada! Esses têm a benesse do seu rei. Disso eu tenho plena convicção, e não vou me calar, enquanto a Nação brasileira não derrubar essa lei insólita que apenas premiou partidários - de um Partido ou de uma posição. Ou damos para todos, Verª Neuza, ou tiramos daqueles 40 mil apaniguados que têm esse direito, e já se chega à cifra de quatro bilhões/ano. Comecemos por aí. O Governo tem que economizar para 2007 mais 11 bilhões. Coincidência, os 11 bilhões que faltaram em setembro. Diminuiu o superávit em 11 bilhões; pré-eleitoral. Mas dizem que ele vai tirar do pessoal e da Previdência; não é da gastança, não é da festa, não é da farra.

Ver. Dib, o jornal nos traz hoje uma coisa que nos deixou estarrecido a respeito da nossa Câmara de Deputados: quatrocentos e tantos mil reais foram utilizados para a compra de 600 pastas 007. É aí que nós temos que buscar os 11 bilhões que faltam, que foram gastos nessa eleição, e não diminuindo no pessoal e nos aposentados, que legitimamente conquistaram os seus direitos.

E a burocracia também nós temos que atacar de vez, está no jornal: o brasileiro é campeão em mais uma coisa, depois de quatro anos do Governo PT, gastamos 2.600 horas/ano para pagar os nossos impostos - os campeões do mundo -, enquanto que a média mundial é seis vezes menor. Inclusive estamos encaminhando um Projeto a respeito desse assunto, nós temos que atacar a nossa burocracia, são 3 milhões e 600 mil regras, de 1988 até agora. Quem pode entender isso tudo? Nós temos que simplificar, para que o nosso povo simples, que quer trabalhar, possa saber qual é o imposto que tem de pagar. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicito ao Presidente da CCJ que substitua o Presidente no final dos trabalhos.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Ver. Dib, como eu gostaria de vir a esta tribuna e só falar de flores, mas, depois da fala especial do Ver. Ismael, que, aliás, durante a ditadura militar também teve o vice do PFL, que poderia ter resolvido o problema inclusive dos aposentados, e que depois, na democracia, também teve vice-presidente e não resolveram... Por que será? Que coisa impressionante: sempre estiveram no Governo e não resolveram! É verdade ou estou falando uma inverdade aqui, Ver. Ismael? É alguma inverdade desta Vereadora?

Eu, na verdade, queria vir a esta tribuna agora para falar de algumas questões importantes. Queria falar da derrota do Bush, apesar de que só vai mudar a máscara, porque vão entrar outros, mas ao menos são mais democratas. Mesmo com a forca do Saddam e tantas outras coisas, não adiantou, os republicanos foram derrotados - ainda bem!

E queria também dialogar um pouco sobre a Vale do Rio Doce: são dez bilhões de lucro! Eu acho que o Presidente Lula deveria devolver ao povo brasileiro aquilo que realmente é seu e que vale a pena, como a Vale do Rio Doce. E, de vez, dizer ao povo brasileiro que é uma brincadeira de mau gosto esta questão - e não é nada pessoal - de o empresário Gerdau querer ser ministeriável neste Brasil. Ah, vamos ter vergonha na cara, hein, gente! Pelo amor de Deus!

Mas eu quero falar de outra Saúde, eu quero voltar ao assunto da Saúde aqui. E desafio qualquer Vereador a visitar a minha região: a visitar o Posto 24 Horas na parada 12 da Lomba do Pinheiro; a visitar o PSF da Vila São Pedro, que está sem as suas duas enfermeiras; a visitar o posto da Vila Mapa, a visitar o PSF da Vila Santa Helena, que está sem médico. E desafio mais: desafio a provarem a competência do Secretário da Saúde, porque ele perdeu 440 milhões de reais para Posto de Saúde Familiar, por pura incompetência, por não ter um planejamento estratégico dos seus programas! É aí, Ver. Elói Guimarães, que está o dinheiro que falta aqui: incompetência por briga política interna do Secretário e do Vice, que não têm gerenciamento sobre as políticas de Saúde.

Mais uma questão para denunciar: em 20 anos é a primeira vez que o relatório que saiu desta Casa, desse último trimestre, foi rejeitado pelo Conselho Municipal da Saúde de Porto Alegre. E o próprio relatório demonstra o aumento da mortalidade infantil. Eu lamento. Lamento, mas Porto Alegre tem que compreender que alguns discursos nesta Casa têm tornado a Saúde pura disputa ideológica, e o que eu estou colocando aqui são fatos. Se alguém tem alguma dúvida, mostre aqui nesta Casa que uma dessas questões que eu estou dizendo seja inverdade. O Ver. Sebenelo sabe disso e concorda comigo, mas, por uma questão de política partidária, por ser da base do Governo, tem que vir aqui defender - o que eu acho lamentável, por se tratar de um médico, de um cidadão respeitável -, tem que concordar com essa falácia.

Portanto, senhoras e senhores, o momento que nós estamos vivendo na Saúde de Porto Alegre é uma tragédia, por irresponsabilidade de um Governo que vive de fachada, fazendo propaganda de portais, de camelódromos, de superestrutura, e o povo está morrendo na fila! Ver. Dib, a Saúde piorou, não melhorou. Está um caos! E, se V. Exª tem alguma dúvida, convido-o a fazer uma visita a cada local de que falei aqui nesta tribuna. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, leva-se muito tempo para que um nome seja respeitado por toda a sociedade, e a Verª Maristela Maffei foi injusta com o Dr. Jorge Gerdau Johannpeter. Ele não pediu para ser Ministro; ao contrário, ele não aceita ser Ministro. O Presidente Lula gostaria, mas ele diz, com todas as letras, que não aceita. Então, não se deve fazer injustiça.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Ver. Dib, embora eu até possa subscrever as palavras de V. Exª, registro que V. Exª acaba de violar o Regimento Interno da Casa.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a despeito da colocação formulada em aparte pelo Ver. João Antonio Dib, ou em Questão de Ordem, enfim, eu diria, Verª Maristela Maffei, que o Dr. Jorge Johannpeter honraria qualquer Governante integrando um Ministério. Trata-se de uma figura que hoje controla uma das maiores empresas do País e da América Latina vinculada à siderurgia, à produção de aço. Tanto é verdade, que é conhecido como “o homem do aço”. Portanto fica aqui o nosso juízo, Ver. João Antonio Dib: o Dr. Jorge honraria qualquer Governo, independentemente do matiz ideológico que pudesse haver.

Mas, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, sobre a Saúde, é bom que se coloque a questão, parece-me, nos termos devidos: há uma questão estrutural. A Saúde passa por um processo estrutural que vem se arrastando de algum tempo. E esse aspecto estrutural diz exatamente com a questão ligada ao aporte de recursos que se dá para a Saúde. Se nós examinarmos os investimentos, enfim, os recursos alocados à Saúde, nós vamos concluir que são insuficientes para atender as demandas existentes.

Nós temos a questão de gerência, que - é bom que se diga, que se firme -, pela Administração Municipal passada, deixou a desejar. São dados estatísticos, são indicativos, são informações, são indicadores que nos informam.

Por outro lado, tem-se saído bem a atual Administração no que diz respeito à Saúde. Está aí o Secretário Municipal da Saúde, essa grande figura, o Dr. Pedro Gus, que tem uma equipe de excelentes profissionais, fazendo um trabalho possível na Saúde. E mais, é bom que se registrem os mutirões que foram feitos em matéria de intervenções cirúrgicas, ou desconhecemos isso? Estão aí os dados, podem ser oferecidos, havia uma retenção extremamente grande, havia uma retenção muito grande na questão inadiável das operações, isso foi desbloqueado pela atual Administração, pelos chamados mutirões de saúde.

Eu tive a oportunidade de caminhar, andar pelos diferentes postos de saúde e demais áreas da Saúde do Município e observar isso, houve um grande desbloqueamento em relação às intervenções cirúrgicas, se não ocorridas levariam a situações irreversíveis. Nesse sentido, a Secretaria de Saúde do Município fez cobro a essas necessidades. Portanto fica aqui a nossa manifestação para dizer que é uma questão estrutural, uma dificuldade crônica, não há recursos para Saúde. Não houve ontem e não há hoje, esta é a grande verdade. Agora, frise-se, a bem da verdade, que a atual Administração da Saúde do Município de Porto Alegre provocou uma série de avanços.

Estão aí os dados, vamos trabalhar com dados, vamos trabalhar com números; estão aí os dados estatísticos que nos dão conta de que o estoque enorme de cirurgias, vamos dizer assim, que estavam retidas pela Administração passada foram desbloqueadas. São centenas e centenas de cirurgias que estavam, Ver. Oliboni, paralisadas e que foram atendidas, são dados, isso é concreto. Portanto fica aqui a nossa manifestação, encerrando, para dizer que nós estamos com uma boa gerência de Saúde aqui na Capital do Estado, está faltando dinheiro, isso é indiscutível. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Solicito a abertura do painel para que os Srs. Vereadores registrem suas presenças a fim de ingressarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) Embora não haja quórum para deliberação, há quórum para que ingressemos na Ordem do Dia, se a primeira matéria for matéria em discussão, que é o que faremos. Discussão! Matéria em discussão, nobre Vereador, na Ordem do Dia.

 

O SR. NEREU D'AVILA (Questão de Ordem): Vossa Excelência presume que, não havendo os 19 votos, com 12 dá para discutir a Ordem do Dia?

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Sim, Sr. Vereador.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Não é esse o entendimento jurisprudencial da Casa. Por quê? Porque se discute na Pauta, antes de entrar na Ordem do Dia. Para entrar na Ordem do Dia, o entendimento é de 19 Vereadores, o que infelizmente não temos.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Sr. Vereador, o Presidente desta Casa, nesta Sessão Legislativa, consultou a Comissão de Justiça sobre esta matéria, e a resposta oferecida pela Comissão é de que o quórum de 19 se impõe para a votação; para a discussão, mesmo no interior da Ordem do Dia, o quórum é o quórum mínimo de 12 Vereadores. Apenas se a primeira matéria for matéria em votação, aí, sim, nós não teremos quórum para deliberação.

 

O SR. NEREU D'AVILA: Não, é claro que eu não vou dialogar com a Mesa, se é esse o entendimento, mas eu perguntaria então a V. Exª, por conseguinte à Diretoria Legislativa, se a primeira matéria é de votação.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): É o que está requerido à Diretoria Legislativa, que nos forneça a matéria constante para a apreciação.

Determino o fechamento do painel e registro a presença do Ver. Haroldo de Souza e de V. Exª, Ver. Almerindo, também será atendido, na forma regimental.

 

O SR. MARIO FRAGA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na mesma questão, antes de entrarmos na Ordem do Dia, acho que nós tínhamos que analisar mais essa situação, visto que há dúvida, porque nós não entramos na Ordem do Dia. Eu concordaria com V. Exª se já estivéssemos na Ordem do Dia, e algum Vereador pedisse verificação de quórum, e nós fizéssemos verificação de quórum, e houvesse 12 Vereadores - aí continuaria. Nesse primeiro momento, eu não concordo com V. Exª e gostaria que tirássemos essa dúvida, com todo o respeito que V. Exª merece, sabe o carinho que tenho por Vossa Excelência.

 

O SR. PRESIDENTE (Ibsen Pinheiro): Com todo o respeito que V. Exª merece, eu vou concordar com o Vereador. Faltou quórum para a instalação da Ordem do Dia, então não teremos como iniciá-la nem mesmo pela discussão. Tem razão Vossa Excelência.

Estiveram presentes para a instalação da Ordem do Dia quinze Srs. Vereadores. Não havendo quórum para a instalação e abertura da Ordem do Dia, conseqüentemente vou acolher a Questão de Ordem formulada pelo Ver. Mario Fraga e declarar encerrados os trabalhos, encerrada a presente Sessão.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h20min.)

 

* * * * *